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Como os seus likes nas redes sociais aumentam o consumo de água potável?

Empresas de tecnologia dos Estados Unidos já registram consumo de 64 bilhões de litros de água e tendência é de aumento

Nathalia Alves

Publicado em 28/10/2025 às 13:20

Atualizado em 29/10/2025 às 15:57

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Gigantes da tecnologia gastam bilhões de litros de água para manter a IA / reprodução/Unsplash

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Uma curtida em uma foto, o clique em um anúncio de produto ou o uso de uma inteligência artificial para criar uma arte gasta mais água do que você imagina. A verdade é que os centros de dados (data centers), infraestrutura que sustenta as atividades online, consomem grandes volumes de água para manter o resfriamento de servidores e equipamentos.

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Segundo um relatório, somente nos Estados Unidos, em 2023, os data centers utilizaram 64 bilhões de litros de água, e a tendência é que esse número continue crescendo.

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Big Techs

De acordo com relatórios de sustentabilidade, a Microsoft consumiu cerca de 1,7 bilhão de galões de água em 2022, o equivalente a mais de 6 bilhões de litros, um aumento de 34% em relação a 2021.

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O Google, por sua vez, registrou o uso de 24,2 bilhões de litros em 2023, sendo 95% destinados aos data centers.

A gigante do varejo Amazon declarou o consumo de 7,7 bilhões de galões em 2021 (aproximadamente 29,1 bilhões de litros). No entanto, o número é amplamente questionado por entidades ambientais, que acusam a empresa de omitir dados reais de consumo.

Em 2023, a Meta, empresa responsável por Instagram, Facebook e WhatsApp, utilizou 3,1 bilhões de litros de água globalmente, sendo 95% (2,9 bilhões) destinados à refrigeração de data centers. A previsão é que as novas ferramentas de inteligência artificial façam o consumo da companhia dobrar nos próximos anos.

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O papel da inteligência artificial

No caso dos sistemas de IA, o impacto também é significativo. Um estudo estimou que o ChatGPT consome, em média, 519 mililitros de água para gerar 100 palavras, o equivalente a uma garrafa de água para cada centena de termos produzidos.

Pesquisadores projetam que, até 2027, a demanda global de água pelo setor de IA pode chegar a entre 4,2 e 6,6 bilhões de metros cúbicos por ano, o equivalente à retirada total de água de países como a Dinamarca ou metade do Reino Unido.

Polêmica no TikTok

Comunidades indígenas Anacé, organizações ambientais e entidades como o Idec, o Instituto Terramar e o Escritório Frei Tito apresentaram denúncia ao Ministério Público Federal sobre possíveis irregularidades no licenciamento do Data Center Pecém, previsto para ser construído em Caucaia (CE).

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O megaempreendimento da ByteDance, controladora do TikTok, é alvo de críticas por avançar sem estudos socioambientais consistentes e sem consulta adequada às comunidades potencialmente impactadas.

O grupo de ativistas solicita a suspensão imediata das autorizações e o cancelamento da Licença prévia concedida ao projeto. O tema será um dos abordados durante a COP 30.

Segundo dados da Casa dos Ventos, responsável pela construção, o data center do TikTok, terá demanda energética de cerca de 210 megawatts. Além do elevado consumo de energia, o projeto prevê captação de água em aquíferos que já abastecem populações em áreas com escassez hídrica.
 

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