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Comer fora vai pesar no bolso: setor prevê alta de até 10% com taxação dos EUA

A sobretaxa está prevista para entrar em vigor em 1º de agosto e deve afetar diretamente alimentos que são destaque nas exportações brasileiras

Ana Clara Durazzo

Publicado em 25/07/2025 às 11:30

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A medida americana deverá afetar o setor de Alimentação Fora do Lar, com impactos sentidos a médio e longo prazos / Divulgação

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A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), de impor uma taxação de 50% sobre produtos brasileiros ameaça provocar uma escalada de preços no mercado interno e pode encarecer as refeições fora de casa em até 10%, segundo estimativa da Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp).

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A sobretaxa está prevista para entrar em vigor em 1º de agosto e deve afetar diretamente alimentos que são destaque nas exportações brasileiras, como café, carnes, pescados e suco de laranja.

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Com a restrição ao comércio internacional, a produção destinada à exportação pode ser redirecionada ao mercado interno, o que aumentaria a oferta doméstica, mas também os custos logísticos e operacionais, impactando toda a cadeia produtiva.

A Fhoresp, que representa mais de 500 mil estabelecimentos no estado de São Paulo, classifica a medida como “catastrófica” e pede que o governo federal adote uma postura firme, com foco em negociação diplomática, para tentar reverter a decisão da Casa Branca.

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Cardápio sob pressão

Segundo o Núcleo de Pesquisa e Estatística da Fhoresp, a medida americana deverá afetar o setor de Alimentação Fora do Lar, com impactos sentidos a médio e longo prazos.

O café, por exemplo, pode perder até 30% das exportações, o que levaria a um reajuste de até 6% no mercado interno. Já carnes e pescados, especialmente bovina, suína e frutos do mar, também devem ter seus preços ajustados, como forma de compensar a queda na demanda externa.

A estimativa da entidade é que bares, restaurantes e lanchonetes sofram aumentos generalizados de custo, o que deverá se refletir no reajuste de até 10% no preço dos cardápios nos próximos meses.

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Efeito cambial amplia a incerteza

O cenário também pressiona o câmbio. Desde o anúncio do chamado “tarifaço” de Trump, o dólar saltou de R$ 5,40 para R$ 5,70, o que agrava os custos de importação de insumos usados por diversos setores produtivos brasileiros, incluindo os que abastecem bares e restaurantes.

Segundo a Fhoresp, essa oscilação cambial alimenta ainda mais a inflação de produtos e serviços, tornando a refeição fora de casa um hábito mais caro para o consumidor brasileiro.

Enquanto o governo federal tenta avançar em negociações com os EUA, o setor de alimentação e o agronegócio aguardam definições que possam evitar uma crise de abastecimento e de preços, com consequências diretas para a economia nacional e para o bolso da população.

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