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A torre foi construída para desvendar a relação entre a floresta e a atmosfera, um conhecimento essencial para antecipar eventos climáticos extremos e reduzir riscos ambientais
Com seus 325 metros de altura e apenas três metros de largura, a ATTO se eleva muito acima do dossel da floresta para alcançar camadas superiores da atmosfera / Reprodução
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Desde 2015, a Floresta Amazônica abriga um dos projetos científicos mais ambiciosos já instalados no Brasil: a Torre Alta do Observatório da Amazônia (ATTO), a maior antena do país e a estrutura mais alta da América do Sul, com 325 metros de altura.
Erguida em São Sebastião do Uatumã (AM), a torre foi construída para desvendar, com precisão inédita, a relação entre a floresta e a atmosfera, um conhecimento essencial para antecipar eventos climáticos extremos e reduzir riscos ambientais.
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Com seus 325 metros de altura e apenas três metros de largura, a ATTO se eleva muito acima do dossel da floresta para alcançar camadas superiores da atmosfera. Ali, desde sua inauguração, sensores de alta precisão coletam dados contínuos sobre:
Gases do efeito estufa
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Compostos orgânicos liberados pela vegetação
Aerossóis e partículas suspensas
Umidade, temperatura e fluxo de ar
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Essa série histórica — acumulada ao longo de dez anos de funcionamento — é hoje uma das bases mais completas do mundo sobre a atuação da Amazônia como reguladora climática global.
A torre foi projetada justamente para detectar variações que antecedem mudanças importantes no comportamento da floresta. Ao longo dos anos, o monitoramento contínuo permitiu identificar padrões sensíveis relacionados a:
Redução na umidade durante eventos de seca extrema
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Aumento da dispersão de fumaça em períodos de queimadas
Mudanças na formação de nuvens
Instabilidade na circulação atmosférica regional
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Esses dados têm contribuído diretamente para prever com maior antecedência eventos críticos, como secas prolongadas e picos de poluição atmosférica, permitindo que órgãos públicos planejem respostas mais rápidas e eficazes.
A série histórica gerada pela ATTO desde 2015 transformou a torre em um dos pilares dos modelos climáticos utilizados por centros de pesquisa brasileiros e internacionais. Com medições contínuas e de longo prazo, é possível:
Simular cenários futuros com maior precisão
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Identificar tendências de alteração climática na Amazônia
Atuar preventivamente em áreas vulneráveis
Compreender como mudanças no bioma impactam o clima de outros continentes
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Em uma região onde transformações ambientais acontecem de forma acelerada, esse acúmulo de dados é essencial para prever impactos e orientar políticas públicas.
Quase uma década após sua instalação, a ATTO tornou-se mais do que a torre mais alta da América do Sul: virou um observatório climático estratégico, capaz de revelar como a Amazônia respira, reage e influencia o planeta.
A estrutura permanece como um dos maiores legados científicos para a compreensão do clima global e um lembrete de que proteger a Amazônia é proteger o futuro ambiental da Terra.
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