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Clima extremo gera 'ecoansiedade' em regiões mais vulneráveis do Brasil

Com a COP 30 iniciando nesta segunda (10), especialistas defendem saúde mental em planos de emergência climática contra desastres

Giovanna Camiotto

Publicado em 10/11/2025 às 14:16

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Mortes ligadas ao calor e à fumaça das queimadas disparam em todo o mundo / Joédson Alves/Agência Brasil

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O aumento de eventos climáticos extremos, como ondas de calor, secas e enchentes, tem deixado uma marca profunda que vai além dos danos físicos e econômicos, que é o impacto direto na saúde mental da população brasileira. A preocupação ganha urgência às vésperas da COP 30, a Conferência do Clima da ONU, que começa nesta segunda-feira (10).

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Estudos internacionais apontam que quase 90% dos jovens relatam preocupação constante com o futuro do planeta, resultando no quadro conhecido como "ecoansiedade", um medo persistente do colapso ambiental.

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Evidências no Brasil

O impacto já é visível no Brasil, conforme reportagem do g1. Em regiões como o arquipélago do Marajó (PA), uma pesquisa mostrou que um em cada quatro adolescentes desenvolveu sintomas de sofrimento psicológico após enchentes ou secas.

Depois das enchentes históricas de 2024, na região do Rio Grande do Sul, nove em cada dez moradores locais disseram ter desenvolvido sintomas de ansiedade ou depressão. Os dados mostram a frequência de casos de estresse pós-traumático, insônia e até pensamentos suicidas.

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Especialistas alertam que esses traumas podem perdurar por anos, mesmo após a água baixar, sendo um desafio de saúde pública contínuo.

A urgência da Saúde Mental

O calor extremo também é um fator de risco, elevando as internações psiquiátricas, pois o organismo tem dificuldade em regular a temperatura, desajustando hormônios ligados ao humor e aumentando a irritação e a ansiedade.

Diante disso, especialistas defendem a inclusão da saúde mental nos planos globais. Para a psicóloga Jaqueline Assis, a conexão é inequívoca: “Se a gente não considerar o clima e o território, não há como garantir qualidade de vida e bem-estar”.

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O debate sobre a saúde na agenda climática, que ganha destaque na COP 30, reforça a necessidade de apoio psicossocial em comunidades mais vulneráveis, onde o fechamento de escolas e a perda de renda limitam o acesso ao tratamento.

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