Desdobramento

Whindersson quer criação de lei em nome de jovem morta por fake news

O humorista deixou uma mensagem de pêsames para a mãe da jovem de 22 anos e pediu a criação de uma lei para impedir que novos casos como o ocorrido voltem a ocorrer

Folhapress

Publicado em 25/12/2023 às 14:16

Atualizado em 25/12/2023 às 16:14

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Jéssica, jovem que morreu após ser vítima de fake news, e Whindersson Nunes / Reprodução/Instagram

Whindersson Nunes, 28, se manifestou, na noite deste domingo (24), para desmentir, mais uma vez, ter algum envolvimento com Jéssica Vitória Canedo, que morreu após a fake news sobre o affair gerar uma onda de ataque nas redes sociais.

O humorista deixou uma mensagem de pêsames para a mãe da jovem de 22 anos e pediu a criação de uma lei para impedir que novos casos como o ocorrido voltem a ocorrer.

Em vídeo de dez minutos, o humorista abriu o seu discurso contando que foi procurado por um homem, sob alegação de que tinha recebido um print de troca de mensagens dele com a jovem. "Uma página de fofoca, uma outra página de fofoca, mandou mensagem pra mim: "Olha, tô mandando uns prints de uma conversa sua, mas a gente não vai postar, porque não parece ser você nas conversas. Você quer que eu mande pra você?". Eu falei: "Mande, mas quem é a pessoa?" [e falaram]: "É a Jéssica". A Jéssica, como se eu conhecesse alguma Jéssica. Então, eu já sabia que não era eu", iniciou.

Ele explicou que o seu silêncio diante do caso ocorreu por já ter sofrido com ataque de ódio na internet sobre seus relacionamentos e a perda de seu filho. "Não conhecia a Jéssica, não sabia quem ela era, nunca tinha visto ela na minha vida. Não sabia se ela tava participando ou não, mas também não acusei.

Então, quando eu vi a notícia, já voltei e disse que não conhecia ela, que essa era uma conversa fake, já pra desmentir e deixei quieto, porque eu deixo tudo quieto. Se eu fosse falar qualquer coisa que passei com mulher na minha vida, como eu sei que as pessoas são cruéis, eu sei que elas vão detonar a pessoa. Então, eu prefiro engolir", comentou.

No vídeo, o humorista contou que havia decidido gravar um vídeo em seu retorno ao Brasil para acabar com a fake news, mas poucos dias depois ficou sabendo sobre da morte da jovem e ficou sem reação.

"Eu pensei: "meu Deus do céu, pelo amor de Deus, que não comece a inventar que eu não tô falando sobre, porque eu não quero falar, pra não ter culpa, porque eu só preciso de um tempo pra poder pensar nisso, que isso é muito novo pra mim também, isso nunca aconteceu comigo". Aconteceu de tudo um pouco, eu posso afirmar, mas isso, com certeza, nunca aconteceu", disse.

Whindersson Nunes, então, abriu o coração para expor as suas dores, comparou a morte da jovem a perda de seu filho e deixou uma mensagem de sentimentos para a mãe da jovem.

"Quero falar com a mãe da Jéssica. Eu sou um cara muito problemático, também tento há muito tempo dar sentido à minha vida. Eu tento me curar de abuso psicológico, de abuso sexual na infância. Tô me abrindo aqui de uma forma que eu só me abri pra pessoas que eu me relacionei mesmo, mas pra nesse momento vulnerável aí da senhora eu me mostrar a minha parte mais vulnerável também. Já passei de tudo um pouco na vida, de todo tipo de coisa ruim, mas eu jamais incentivaria ninguém a tirar a própria vida", pontua.

Ele criticou a página Choquei por ter exposto o caso mentiroso sem apuração, mas também pediu para não haver uma onda de ódio contra a página e seu responsável. "Administrador da Choquei, eu já vi muita gente botando no Twitter a foto dele e dizendo "ó, essa aqui é a foto do cara". Isso pode gerar, às vezes, um ataque no meio da rua. Alguém fazer alguma coisa fisicamente com esse cara e a gente não quer mais vítimas aqui, a gente não queria nenhuma vítima", pede.

Após expor que já havia dito a quem está a seu redor que sua exposição poderia causar dor, Whindersson Nunes encerrou sua manifestação dizendo que está comprometido em acompanhar a apuração da polícia sobre a morte da jovem e quer a criação de uma lei chamada "Jéssica Vitória".

"Iniciar um movimento para ver se contribui para a gente criar uma lei chamada Jéssica Vitória para aprimorar a legislação brasileira nesse negócio que está acontecendo agora, que é esse jornalismo não oficial. Que isso é muito perigoso. Tem gente que tem muito seguidor e diz que não é uma coisa oficial, mas é uma coisa que impacta de verdade", declara.

Ao fim, ele novamente deixou uma mensagem de pêsames a mãe de Jéssica Vitória Canedo. "Um abraço da mãe da Jéssica e vamos atrás de ver o que a gente pode fazer para melhorar daqui para frente, pelo menos a vida das pessoas nesse sentido. Se possível, um Feliz Natal e Feliz Ano-Novo aí para todo mundo", conclui.

A MORTE DE JÉSSICA 

Jéssica Canedo foi vítima de notícias falsas que a apontavam como um affair de Whindersson Nunes. Supostas capturas de conversas entre Whindersson e Jéssica foram divulgadas por páginas de fofoca nas redes sociais, como a Choquei.

Antes da morte de Jéssica, Whindersson comentou em uma das postagens, dizendo que estavam usando a imagem do perfil dela de forma equivocada.

A Polícia Civil de Minas Gerais disse que a morte ocorreu na sexta-feira (22) e que o corpo foi encaminhado para exames. "A PCMG apura a causa da morte."

Whindersson lamentou o ocorrido e disse estar "muito triste" com a situação. "Estou extremamente triste. Voltei ao dia em que perdi meu filho. Que ninguém passe pela dor de enterrar um filho", disse, em uma nota enviada por sua assessoria.

A página Choquei diz que não cometeu nenhuma irregularidade. "Todas as publicações foram feitas com base em dados disponíveis no momento e em estrito cumprimento das atividades habituais decorrentes do exercício do direito à informação", diz a página, sem especificar quais são os critérios das "atividades habituais".

Após repercussão do caso, Raphael Sousa fechou o perfil pessoal no Instagram. Ele acumula mais de 1,1 milhão de seguidores. Procurado por Splash, o dono da Choquei não retornou o contato até o momento. O espaço permanece aberto.

PROCURE AJUDA

'Caso você tenha pensamentos suicidas, procure ajuda especializada como o CVV e os Caps (Centros de Atenção Psicossocial) da sua cidade. O CVV funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil.

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