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Presos fazem nova rebelião em cadeia pública de Natal

Os detentos amotinados colocaram fogo em colchões e tentaram chegar até uma ala onde ficam os internos ameaçados de morte

Agência Brasil

Publicado em 16/01/2017 às 13:30

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Cadeia Pública Professor Raimundo Nonato, em Natal / Divulgação/Secretaria da Justiça e da Cidania

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Presos da Cadeia Pública Professor Raimundo Nonato, em Natal (RN), se rebelaram na madrugada de hoje (16). Os detentos amotinados colocaram fogo em colchões e tentaram chegar até uma ala onde ficam os internos ameaçados de morte, sendo impedidos por policiais militares. Segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), não houve fugas ou feridos e a situação já foi controlada.

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O motim aconteceu um dia após detentos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na região metropolitana da capital potiguar, matarem 26 internos. De acordo com a assessoria da Sesed, a ação dos presos da cadeia pública pode ser uma reação à iniciativa das autoridades de segurança pública, que planejaram inspeções nos principais estabelecimentos carcerários e, se necessário, a transferência de presos. As dependências de Alcaçuz devem voltar a ser revistadas em busca de armas, celulares, drogas e outros objetos ou substâncias proibidas.

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Localizada no centro de um bairro popular, a cadeia pública está rodeada por residências, comércio e escolas. Segundo o comerciante José Lourenço da Silva, que há 20 anos mantém uma loja de peças automotivas em frente à unidade, fugas e tentativas são frequentes. “Trabalho aqui há mais de 20 anos. Sempre há confusão, tumulto. Os moradores ficam apreensivos, lógico. Há uma tensão por medo de fugas, mas, geralmente, a polícia age logo e contém a situação”, contou Silva à Agência Brasil.

A ação do crime organizado nos últimos anos e as condições dos cárceres obrigaram o governo estadual a decretar, em março de 2015, estado de calamidade pública no sistema penitenciário. Pouco mais de um ano depois, em julho de 2016, grupos criminosos passaram a realizar uma série de ataques orquestrados a ônibus e prédios públicos. A situação levou o governador Robinson Faria a solicitar ao Ministério da Justiça a presença da Força Nacional de Segurança Pública, que desde agosto do ano passado está auxiliando as forças policiais locais no policiamento ostensivo.

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No último dia 9, o ministério autorizou a prorrogação da permanência da tropa no estado por mais 60 dias. Após a chacina em Alcaçuz, o governador pediu a ampliação do efetivo da Força Nacional.

Segundo os secretários estaduais da Justiça e da Cidadania, Walber Virgolino da Silva Ferreira, e da Segurança Pública e Defesa Social, Caio César Marques Bezerra, as mortes registradas em Alcaçuz entre sábado (14) e domingo (15) são mais um episódio da guerra entre facções criminosas que disputam o controle de atividades ilícitas, sobretudo do narcotráfico. De acordo com as autoridades potiguares, as rebeliões e as chacinas de presos registradas no Amazonas e em Roraima nos primeiros dias do ano “estimularam” os detentos do Rio Grande do Norte. Segundo Virgolino, em todas as unidades da Federação, o clima no sistema prisional é de tensão. No decorrer da última semana, a Polícia Militar (PM) já tinha apreendido armas e celulares no interior da Penitenciária de Alcaçuz.

“Como em qualquer outro canto do país, no Rio Grande do Norte há uma briga entre facções criminosas. Há uma organização de nível nacional que está tentando dominar o Brasil. E há as facções locais que tentam impedir esse crescimento", comentou Virgolino, confirmando que, no interior da Penitenciária de Alcaçuz, há detentos que afirmam pertencer ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e outros ligados à Família do Norte (FDN), facções rivais.

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