O aumento valerá para as polícias Militar, Civil e Técnico-científica e os agentes da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária / Divulgação/Governo do Estado
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Os policiais do estado de São Paulo e demais profissionais da área de segurança terão reajuste salarial de 5% no piso, segundo anúncio do governador João Doria (PSDB) nesta quarta-feira (30). O aumento valerá para as polícias Militar, Civil e Técnico-científica e os agentes da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária. Ao todo, 286 mil serão beneficiados, entre profissionais ativos, aposentados e pensionistas.
A liberação do percentual ocorre após Doria ter chamado policiais aposentados de vagabundos, no último dia 15, em Taubaté (140 km de SP), ao ser alvo de manifestação de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
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As críticas a Doria começaram após ele negar o apoio à campanha de Bolsonaro à Presidência. Em solenidade na PM de São Paulo, no último dia 11, o governador chegou a ser vaiado por policiais.
Em agosto, Doria havia anunciado a deputados da Assembleia Legislativa de SP que daria aumento salarial para a segurança pública em quatro etapas, nos anos de 2019, 2020, 2021 e 2022.
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Para João Batista Rebouças da Silva Neto, presidente do Sipesp (Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado de São Paulo), o aumento demorou dez meses para sair e deverá se consolidar apenas no ano que vem, já que, dentro de um mês, a Assembleia Legislativa deverá entrar em recesso. Segundo ele, Doria prometeu reajuste assim que assumisse o cargo de governador, o que não ocorreu.
"Estamos há seis anos sem reajuste, temos nível superior e ganhamos menos do que um profissional que ingressa no Detran, que faz apenas trabalho burocrático, e tem salário inicial de R$ 6.800, segundo o último concurso", afirma.
Defasagem
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A defasagem no salário dos policiais estaria em R$ 3.800. O salário ideal para a categoria seria em torno de R$ 7.000 e R$ 8.000, afirma Rebouças. Segundo ele, o salário-base de entrada na Polícia Civil é de R$ 2.200 para investigador, diz ele, profissão que exige curso superior.
Os trabalhadores têm direito ao RETP (Regime Especial de Trabalho Policial) mais o adicional de insalubridade, somando cerca de R$ 4.600 de salário inicial.
O sindicalista diz que a categoria também reivindica também mais contratações. Hoje, o efetivo estaria defasado em cerca de 15 mil policiais civis. "São 17 mil policiais para uma população de 45 milhões de habitantes, que só aumenta. Hoje, resolvemos 2% dos casos. No passado, 65%, 67% dos casos eram resolvidos. Queremos voltar a atender a população dessa forma"
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