X

Brasil

Padre defende 'Especial de Natal' da Netflix: 'Blasfêmia e sátira são coisas diferentes'

O quadro tem gerado a indignação de muitos cristãos, que afirmam que o programa se trata de um ataque à fé e uma zombaria aos fiéis.

Da Reportagem

Publicado em 15/12/2019 às 09:22

Atualizado em 15/12/2019 às 09:54

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

O padre Francys Silvestrini Adão. / Reprodução/Facebook

O padre Francys Silvestrini Adão decidiu entrar na polêmica do momento: o quadro "Especial de Natal", exibido pela Netflix, que faz um sátira com a história de Jesus e, em alguns momentos, insinua que ele poderia ser gay. A plataforma de streaming disponibilizou, até o momento, dois episódios: "A Primeira Tentação de Cristo" e "Se Beber, Não Crie". Ainda não sabemos se outros episódios virão.

Na visão de Silvestrini as pessoas não podem confundir blasfêmia com sátira. "São duas coisas diferentes. A blasfêmia é um desvio dentro da comunidade da fé. Já a sátira é uma linguagem crítica através das artes, de teor humorístico", analisa.

Ainda segundo o religioso, quando os humoristas decidem satirizar situações ou outras coisas sobre as religiões, eles precisam definir o real 'alvo' daquilo. "O alvo da sátira é a imagem de Deus projetada por aqueles que dizem acreditar nele. Essa sátira fala sobre nós, nossas crenças, nossos comportamentos e práticas quanto a ela, e não sobre Deus", explica.

O padre fala, também, que a sátira pode colocar os próprios cristãos em situação de alerta sobre eles mesmos praticarem, em algum momento, a blasfêmia. "A imagem de Jesus que temos projetada publicamente, tanto em palavras quanto em gestos, é realmente aquelela que nos é transmitida nos Evangelhos? Será que somos mesmo o reflexo de um filho de Deus que caminhou e preferiu conversar com pecadores, pobres, doentes, prostitutas etc.? Não seria essa sátira a chance de nós, cristãos, examinarmos a possível caricatura blasfemadora que muitos de nós, crentes, estamos projetando sobre Jesus"?, questiona.

"Quando falo sobre blasfêmia me refiro à relativizar vidas, absolutizar símbolos (ainda que importantes) etc. Há um silêncio diante dos feminicídios, da invasão e morte em terras indígenas, precarização do direito dos idosos, truculência com pessoas pobres e que não cometeram crimes dentre outras coisas. Essas pessoas citadas agora, segundo a doutrina cristã, são a 'imagem de Deus'.", finaliza.

*Com informações do DCM

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Polícia

Homem tem bicicleta furtada enquanto buscava chave do cadeado em Praia Grande; VÍDEO

O crime aconteceu na Rua Rui Barbosa, no bairro Canto do Forte, por volta de 11h30

ÍDOLO DA FIEL

Corinthians faz oferta por Cássio, que estuda proposta do Cruzeiro

Nos últimos dias, o goleiro corintiano, um dos maiores ídolos da história do clube, recebeu ofertas do Cruzeiro e do Santos

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter