Brasil

O vulcão mais antigo do mundo está no Brasil e tem 1,9 bilhão de anos

Essas erupções intensas teriam sido provocadas pelo movimento das placas tectônicas

Isabella Fernandes

Publicado em 13/09/2025 às 14:01

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Ele está muito mais perto no Brasil, escondido sob a densa floresta amazônica, no sul do estado do Pará. / Reprodução/Youtube

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Pode parecer improvável, mas o vulcão mais antigo já identificado no planeta não está em regiões famosas por sua atividade geológica, como a Islândia, o Japão ou o Anel de Fogo do Pacífico.

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Ele está muito mais perto no Brasil, escondido sob a densa floresta amazônica, no sul do estado do Pará. Com cerca de 1,9 bilhão de anos, essa antiga estrutura extinta é uma das peças mais valiosas no quebra-cabeça da formação da crosta terrestre.

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Uma descoberta feita por acaso

Foi em 2002 que pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), durante estudos geológicos na região de Uatumã, se depararam com o que parecia ser apenas mais um terreno antigo e estável.

No entanto, análises mais detalhadas revelaram sinais claros de uma origem vulcânica de grandes proporções, uma verdadeira relíquia da era geológica conhecida como Paleoproterozoico.

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Apesar de o vulcão não ter mais o cone característico, apagado ao longo de bilhões de anos pela erosão e pela vegetação da floresta amazônica, as evidências encontradas no subsolo são incontestáveis.

Estudiosos identificaram três grandes episódios de erupção: o primeiro há cerca de 1,9 bilhão de anos, seguido por outros eventos aos 1,88 e 1,78 bilhão de anos.

Essas erupções intensas teriam sido provocadas pelo movimento das placas tectônicas, especialmente o processo de subducção — quando uma antiga placa oceânica afunda sob outra, criando condições ideais para o surgimento de vulcões.

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Uma testemunha silenciosa da história da Terra

Hoje, esse vulcão não representa qualquer tipo de risco, já que está completamente inativo. Mas sua importância científica é imensa. Estudar essa formação permite entender como se formou a crosta continental da América do Sul, além de ajudar na identificação de regiões com potencial mineral, como áreas com possível presença de cobre e ouro.

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Com aproximadamente 22 quilômetros de diâmetro e uma altura que pode ter chegado a 400 metros durante sua fase ativa, essa estrutura vulcânica é uma das mais antigas já registradas. Seu estudo também oferece pistas preciosas sobre como funcionavam as dinâmicas geológicas da Terra em períodos extremamente instáveis da sua história.

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Um gigante escondido sob a floresta

Mesmo em uma área que hoje é considerada geologicamente estável, o Brasil ainda guarda vestígios de um passado marcado por intensas transformações.

O antigo vulcão do sul do Pará é uma dessas provas silenciosas, um monumento natural enterrado no tempo, lembrando que o planeta que habitamos foi, por muito tempo, um mundo em ebulição.

Descobertas como essa mostram que o subsolo brasileiro ainda tem muito a revelar. O que um dia foi lava, fogo e destruição, hoje é conhecimento e memória. E cada camada de rocha ali preservada é uma janela aberta para os primórdios do mundo.

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