Idealizado pelo governo brasileiro, o fundo pretende criar uma "renda florestal global" / Reprodução/TV Brasil
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O Brasil apresentou oficialmente o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), um mecanismo financeiro global voltado à conservação das florestas tropicais. O anúncio foi feito durante a Cúpula de Líderes em Belém, evento que antecede a COP30, e já conta com apoio de 53 países e aportes iniciais de US$ 5,5 bilhões.
Idealizado pelo governo brasileiro, o fundo pretende criar uma “renda florestal global”, recompensando economicamente os países que mantêm suas áreas de vegetação nativa preservadas.
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O modelo combina recursos públicos e privados, com potencial de alcançar US$ 125 bilhões em investimentos.
O TFFF aplicará princípios do mercado financeiro para financiar a preservação ambiental.
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O dinheiro arrecadado será investido em projetos sustentáveis e, com o retorno obtido, parte dos lucros será destinada aos países que comprovarem baixo índice de desmatamento – menos de 0,5% ao ano. Cada hectare preservado poderá gerar até US$ 4 em repasses anuais.
O Banco Mundial será responsável por administrar e fiscalizar os recursos, garantindo transparência e boas práticas de governança.
Estima-se que o fundo possa viabilizar US$ 4 bilhões por ano para a proteção das florestas, um volume três vezes superior ao financiamento ambiental atual.
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O Brasil teve papel central na criação do TFFF. Desde a COP28, em Dubai, o país vem articulando o modelo e agora se tornou o primeiro a confirmar investimento próprio, com aporte de US$ 1 bilhão.
Outros compromissos incluem US$ 3 bilhões da Noruega, US$ 1 bilhão da Indonésia, US$ 577 milhões da França e US$ 1 milhão de Portugal.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que as contribuições já representam metade da meta inicial de US$ 10 bilhões até 2026. Ele destacou que o diálogo com novos investidores seguirá para alcançar a fase operacional do fundo e atrair mais capital privado.
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Para especialistas, o TFFF é uma das iniciativas mais promissoras do financiamento climático global.
Segundo Maria Netto, diretora do Instituto Clima e Sociedade, o mecanismo pode definir um novo padrão internacional ao garantir recursos estáveis e de longo prazo para os países que protegem suas florestas.
Entidades ambientais como WRI Brasil, WWF e The Nature Conservancy consideram o fundo inovador, mas alertam para os desafios de sua implementação.
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Entre as preocupações estão a dependência de aportes internacionais, a centralização de decisões financeiras e a necessidade de respeitar o papel social e cultural das comunidades locais.
O fundo ainda depende de novas adesões para iniciar suas operações. Segundo o governo, o próximo passo é garantir a entrada de novos países e investidores privados, consolidando o TFFF como um modelo global de economia verde – e uma das principais apostas do Brasil para a COP30.