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Nova técnica brasileira remove 92% de plástico da água em apenas 2 horas

Pesquisadores da USP combinam métodos eletroquímicos e enzimáticos em processo que gera subprodutos menos tóxicos e mais biodegradáveis

Nathalia Alves

Publicado em 13/11/2025 às 14:15

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Pesquisadores explicam como métodos complementares permitem oxidação mais profunda de poluentes como o bisfenol A / Reprodução/Unsplash

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Pesquisadores da Universidade de São Paulo desenvolveram uma nova abordagem para a descontaminação de água que combina processos eletroquímicos e enzimáticos, demonstrando eficácia notável na eliminação de compostos tóxicos como o BPA (bisfenol A). 

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Esta técnica inovadora representa um avanço significativo no tratamento de poluentes emergentes que representam riscos ambientais e à saúde pública.

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O método integra de forma sinérgica dois tratamentos complementares: o processo eletroquímico, que utiliza corrente elétrica para decompor molecularmente os poluentes, e o tratamento enzimático, que emprega material biológico ativo extraído de fungos especializados. 

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Esta combinação estratégica forma um processo oxidativo avançado que alcançou resultados impressionantes, removendo 92% do BPA presente na água em um período de apenas duas horas.

De acordo com o pesquisador responsável pelo projeto, vinculado ao Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, a técnica desenvolvida superou significativamente os métodos convencionais atualmente em uso.

"Além da alta eficiência demonstrada na remoção do BPA, o processo gera subprodutos menos tóxicos e consideravelmente mais biodegradáveis", explica o cientista. 

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Sistema de laboratório que eliminou 92% do BPA presente em amostra de água contaminada - Foto: Alexandre Carneiro Cunha
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Degradação rápida

A análise dos resíduos resultantes identificou a formação de ácidos orgânicos de baixa toxicidO tratamento eletroquímico gera intermediários mais simples e reativos, que se tornam substratos ideais para a ação enzimáticaade, indicando uma rota de degradação ambientalmente mais favorável.

A complementaridade entre os tratamentos já era esperada pela equipe de pesquisa, uma vez que estudos anteriores já haviam demonstrado a sinergia potencial entre esses mecanismos.

"O tratamento eletroquímico gera intermediários mais simples e reativos, que se tornam substratos ideais para a ação enzimática", detalha o pesquisador.

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Os testes comparativos revelaram a superioridade da abordagem combinada: enquanto o método eletroquímico aplicado isoladamente removeu aproximadamente 10% do BPA presente, e o tratamento puramente enzimático alcançou cerca de 35% de remoção, a combinação estratégica dos dois métodos elevou a eficiência para impressionantes 92%.

Esta abordagem integrada possibilita uma oxidação mais completa e eficaz, inclusive para compostos classificados como recalcitrantes, aqueles que tradicionalmente resistem aos processos de degradação e aos tratamentos convencionais, superando consistentemente os resultados obtidos com técnicas aplicadas separadamente.

Confira no vídeo do canal Nossa Ecologia sobre o perigo do plástico no mar.

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