Pesquisadores explicam como métodos complementares permitem oxidação mais profunda de poluentes como o bisfenol A / Reprodução/Unsplash
Continua depois da publicidade
Pesquisadores da Universidade de São Paulo desenvolveram uma nova abordagem para a descontaminação de água que combina processos eletroquímicos e enzimáticos, demonstrando eficácia notável na eliminação de compostos tóxicos como o BPA (bisfenol A).
Esta técnica inovadora representa um avanço significativo no tratamento de poluentes emergentes que representam riscos ambientais e à saúde pública.
Continua depois da publicidade
O método integra de forma sinérgica dois tratamentos complementares: o processo eletroquímico, que utiliza corrente elétrica para decompor molecularmente os poluentes, e o tratamento enzimático, que emprega material biológico ativo extraído de fungos especializados.
Leia também, Estudo aponta que fissuras na 'Geleira do Apocalipse' podem gerar um verdadeiro estrago no planeta
Continua depois da publicidade
Esta combinação estratégica forma um processo oxidativo avançado que alcançou resultados impressionantes, removendo 92% do BPA presente na água em um período de apenas duas horas.
De acordo com o pesquisador responsável pelo projeto, vinculado ao Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, a técnica desenvolvida superou significativamente os métodos convencionais atualmente em uso.
"Além da alta eficiência demonstrada na remoção do BPA, o processo gera subprodutos menos tóxicos e consideravelmente mais biodegradáveis", explica o cientista.
Continua depois da publicidade
A análise dos resíduos resultantes identificou a formação de ácidos orgânicos de baixa toxicidO tratamento eletroquímico gera intermediários mais simples e reativos, que se tornam substratos ideais para a ação enzimáticaade, indicando uma rota de degradação ambientalmente mais favorável.
A complementaridade entre os tratamentos já era esperada pela equipe de pesquisa, uma vez que estudos anteriores já haviam demonstrado a sinergia potencial entre esses mecanismos.
"O tratamento eletroquímico gera intermediários mais simples e reativos, que se tornam substratos ideais para a ação enzimática", detalha o pesquisador.
Continua depois da publicidade
Os testes comparativos revelaram a superioridade da abordagem combinada: enquanto o método eletroquímico aplicado isoladamente removeu aproximadamente 10% do BPA presente, e o tratamento puramente enzimático alcançou cerca de 35% de remoção, a combinação estratégica dos dois métodos elevou a eficiência para impressionantes 92%.
Esta abordagem integrada possibilita uma oxidação mais completa e eficaz, inclusive para compostos classificados como recalcitrantes, aqueles que tradicionalmente resistem aos processos de degradação e aos tratamentos convencionais, superando consistentemente os resultados obtidos com técnicas aplicadas separadamente.
Confira no vídeo do canal Nossa Ecologia sobre o perigo do plástico no mar.
Continua depois da publicidade