Brasil

Microplásticos contaminam a maioria das praias brasileiras, aponta estudo

Pesquisa analisou praias em todos os estados costeiros; Paraná, Sergipe, São Paulo e Pernambuco apresentaram maiores concentrações

Nathalia Alves

Publicado em 08/10/2025 às 16:08

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Microplásticos contaminam a maioria das praias brasileiras, aponta estudo2 / Maurício Frighetto/DW

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Uma pesquisa publicada na revista Environmental Research analisou 1.024 praias brasileiras e constatou que 69,3% estavam poluídas por microplásticos. Partículas minúsculas como grãos de arroz, presentes em diversos produtos, representam sério risco ambiental.

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O estudo, coordenado pelo projeto MicroMar do Instituto Federal Goiano, é considerado o mais abrangente e padronizado já realizado no Brasil e em todo o Sul Global.

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Guilherme Malafaia, coordenador da pesquisa, destacou que esta é a primeira vez que se tem uma dimensão real do impacto dos microplásticos nas praias brasileiras. "Conseguimos uma visão sistemática da contaminação, gerando um banco de dados inédito com aplicações concretas", afirmou.

Thiarlen Marinho da Luz, primeiro autor do artigo, ressaltou que a concentração é apenas parte do problema: "Buscamos identificar onde estão os microplásticos mais perigosos e quais áreas apresentam maiores riscos".

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Fragmentos invisíveis, impacto real: estudo revela que quase 70% das praias brasileiras estão contaminadas por microplásticos, partículas menores que um grão de arroz. / Pexels
Fragmentos invisíveis, impacto real: estudo revela que quase 70% das praias brasileiras estão contaminadas por microplásticos, partículas menores que um grão de arroz. / Pexels
Litoral em alerta: Paraná, Sergipe, São Paulo e Pernambuco lideram em concentração de microplásticos, segundo pesquisa do Instituto Federal Goiano. / Pexels
Litoral em alerta: Paraná, Sergipe, São Paulo e Pernambuco lideram em concentração de microplásticos, segundo pesquisa do Instituto Federal Goiano. / Pexels
Areia poluída: a praia de Barrancos (PR) registrou mais de 3 mil fragmentos por quilo de areia  a maior densidade do país. / Pexels
Areia poluída: a praia de Barrancos (PR) registrou mais de 3 mil fragmentos por quilo de areia a maior densidade do país. / Pexels
Risco ecológico: microplásticos ingeridos por peixes podem afetar toda a cadeia alimentar e acumular metais pesados e pesticidas. / Pexels
Risco ecológico: microplásticos ingeridos por peixes podem afetar toda a cadeia alimentar e acumular metais pesados e pesticidas. / Pexels

Do plástico ao prato: o estudo reforça a necessidade de conter o lixo antes que chegue ao mar, em apoio à Estratégia Nacional Oceano sem Plástico. / Pexels
Do plástico ao prato: o estudo reforça a necessidade de conter o lixo antes que chegue ao mar, em apoio à Estratégia Nacional Oceano sem Plástico. / Pexels

Riscos

Realizado entre 2022 e 2023, o estudo apontou Paraná, Sergipe, São Paulo e Pernambuco como os estados com maiores concentrações. A praia de Barrancos (PR) liderou em quantidade (3.483 itens/kg de areia), enquanto a praia Paraíso (RS) apresentou os materiais mais tóxicos, como PVC.

A metodologia incluiu a seleção de 1.024 praias em 211 municípios costeiros, com coleta de 4.134 amostras de areia. Oito das 30 praias mais contaminadas estão em Pontal do Paraná.

O Índice de Risco Ecológico Potencial identificou Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Piauí e Maranhão como estados de maior risco ambiental.

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Segundo Malafaia, os microplásticos ingeridos por peixes afetam toda a cadeia alimentar, representando risco indireto aos humanos. Os fragmentos também podem absorver metais pesados e pesticidas.

O estudo reforça a urgência em conter o lixo antes que chegue ao mar, enquanto o governo prepara a Estratégia Nacional Oceano sem Plástico para combater a poluição desde a fonte.

Conheça mais sobre o perigo "invisível" do microplástico pelo vídeo do canal "Olá, Ciência!" 

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