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Lei polêmica proibiu uso de minissaia em cidade do interior de SP e gerou revolta

A medida não apenas gerou indignação, como também levantou uma série de questionamentos sobre o papel do poder público

Isabella Fernandes

Publicado em 02/09/2025 às 11:01

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A legislação brasileira é frequentemente alvo de discussões, / Agência Brasil e Freepik

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A legislação brasileira é frequentemente alvo de discussões, tanto por sua complexidade quanto por decisões que, em alguns casos, ultrapassam os limites do razoável.

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Um exemplo emblemático ocorreu em Aparecida, cidade do interior de São Paulo, conhecida nacionalmente por seu santuário religioso, mas que em 2007 se tornou notícia por um motivo bem diferente: uma lei que proibia o uso de minissaias.

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Divulgação/Prefeitura de Aparecida
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Agência Brasil e Freepik
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Divulgação/Prefeitura de Aparecida
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Agência Brasil
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A polêmica lei municipal

Na época, o então prefeito José Luiz Rodrigues sancionou uma lei que restringia o uso da peça de roupa por mulheres. A justificativa oficial era a preservação dos “bons costumes”, mas a norma foi rapidamente criticada por impor limites à liberdade de expressão e de escolha, especialmente em relação ao corpo feminino.

A medida não apenas gerou indignação, como também levantou uma série de questionamentos sobre o papel do poder público na definição do que é ou não adequado no vestuário das pessoas.

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A resposta da população

A reação das mulheres de Aparecida foi rápida, firme e simbólica. Em vez de se submeter à proibição, muitas passaram a usar minissaias com ainda mais frequência, como forma de protesto contra o que foi amplamente visto como um ato autoritário e moralista.

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O movimento, nascido de forma espontânea, logo ganhou repercussão nacional. Grupos feministas, organizações de direitos civis e diversos setores da sociedade passaram a se manifestar contra a medida, que foi interpretada como uma tentativa de controle sobre o corpo feminino e um retrocesso nos direitos conquistados.

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Liberdade individual em pauta

O caso de Aparecida evidenciou o conflito entre legislações locais e direitos fundamentais garantidos pela Constituição, como a liberdade individual, a igualdade de gênero e o direito à manifestação pessoal por meio da aparência.

A repercussão do episódio serviu para reforçar a importância da vigilância social sobre medidas que afetam diretamente as liberdades individuais, especialmente quando essas medidas atingem, de forma desproporcional, grupos historicamente oprimidos.

Um episódio que virou símbolo de resistência

Embora a lei não tenha perdurado, ela entrou para a história como um símbolo do tipo de legislação que pode surgir quando critérios subjetivos, como “bons costumes”, são usados para justificar restrições às escolhas pessoais.

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A resposta da população, por sua vez, virou exemplo de resistência pacífica e eficaz, mostrando que o engajamento popular é fundamental para proteger direitos e combater retrocessos sociais.

 

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