O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) / Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O governo federal anunciou nesta sexta-feira (10), em São Paulo, um novo modelo de crédito imobiliário voltado à classe média, com objetivo de ampliar o financiamento de imóveis e estimular a construção de moradias no país.
De acordo com o Planalto, o valor máximo financiado pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH) passará de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões, enquanto a Caixa Econômica Federal voltará a financiar até 80% do valor do imóvel, contra 70% permitidos desde novembro de 2024.
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O ministro das Cidades, Jader Filho, destacou que a medida permitirá que a Caixa financie 80 mil novos imóveis com juros de até 12% ao ano, abaixo da taxa básica da economia, hoje em 15%. Para o governo, a iniciativa beneficia famílias da classe média que antes não tinham acesso a linhas habitacionais do "Minha Casa, Minha Vida", garantindo moradia digna e adequada à realidade econômica.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, explicou que a mudança amplia o uso de recursos da poupança para crédito habitacional, sem elevar os juros cobrados nos financiamentos. Além disso, o novo modelo elimina gradualmente o direcionamento obrigatório de 65% da poupança e os depósitos compulsórios, liberando recursos para o setor imobiliário e aumentando a competição entre instituições financeiras.
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Segundo o governo, a medida deve disponibilizar R$ 111 bilhões para financiamento habitacional no primeiro ano, dos quais R$ 36,9 bilhões imediatamente. A previsão é que o modelo esteja plenamente em vigor a partir de janeiro de 2027, após período de transição iniciado ainda este ano.
O presidente Lula afirmou que a iniciativa atende à demanda de trabalhadores que não se enquadravam nas faixas tradicionais de programas habitacionais: “Um trabalhador metalúrgico, um bancário, um químico, um gráfico, um professor, que ganha R$ 8 mil ou R$ 10 mil, não tinha direito a comprar casa. Esse programa foi feito pensando nessa gente.”
O vice-presidente, Geraldo Alckmin, também comemorou a medida em suas redes sociais: “Moradia é direito e crédito é a forma de alcançá-lo. O governo está dando crédito, oportunidade e esperança de uma vida melhor.”
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O modelo prevê ainda que, ao final da transição, recursos captados por LCIs (Letras de Crédito Imobiliário), CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e depósitos interfinanceiros poderão ser incorporados ao crédito habitacional, ampliando o volume disponível e incentivando a concorrência entre bancos e financeiras.