Brasil

"Florestas não são ativos": Indígenas protestam na COP30 por direitos territoriais

Manifestantes pedem fim do Marco Temporal e reunião com Lula; Exército bloqueou acesso ao evento

Nathalia Alves

Publicado em 14/11/2025 às 12:05

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Manifestantes pedem fim do Marco Temporal e reunião com Lula / Gabriel Corrêa/Rádio Nacional

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A manhã desta sexta-feira (14) iniciou com manifestações que ocuparam a área externa da Zona Azul na Cúpula das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), realizada em Belém do Pará.

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O grupo manifestante pertence ao povo Munduruku, organizado pelo Movimento Ipereg Ayu. Em coro, eles protestam contra as negociações climáticas internacionais que, segundo afirmam, tratam as florestas nativas apenas como ativos para crédito de carbono.

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Os Munduruku também exigem a retirada imediata de invasores de seus territórios e pedem o fim do Marco Temporal, legislação que limita aos povos originários o direito apenas às terras ocupadas na data de promulgação da Constituição de 1988.

A mobilização buscou pressionar por uma reunião urgente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pela revogação do Decreto nº 12.600/2025, além de garantir proteção diante de grandes empreendimentos em áreas indígenas.

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Os Munduruku vivem na bacia do rio Tapajós e se autodenominam Wuy jugu, preservando uma identidade marcada por forte tradição/ Gabriel Corrêa/Rádio Nacional
Os Munduruku vivem na bacia do rio Tapajós e se autodenominam Wuy jugu, preservando uma identidade marcada por forte tradição/ Gabriel Corrêa/Rádio Nacional
A tradição guerreira do povo Munduruku hoje se reflete na resistência para proteger seus territórios de ameaças externas. Gabriel Corrêa/Rádio Nacional
A tradição guerreira do povo Munduruku hoje se reflete na resistência para proteger seus territórios de ameaças externas. Gabriel Corrêa/Rádio Nacional
Garimpo ilegal e contaminação por mercúrio estão entre os principais riscos que afetam a integridade do território Munduruku. Gabriel Corrêa/Rádio Nacional
Garimpo ilegal e contaminação por mercúrio estão entre os principais riscos que afetam a integridade do território Munduruku. Gabriel Corrêa/Rádio Nacional
Projetos hidrelétricos e hidrovias também preocupam o povo, por impactarem o rio Tapajós e áreas consideradas sagradas. Lucas Trevisan / TV Liberal
Projetos hidrelétricos e hidrovias também preocupam o povo, por impactarem o rio Tapajós e áreas consideradas sagradas. Lucas Trevisan / TV Liberal

Em nota à imprensa, o Movimento Munduruku Ipereg Ayu declarou que o protesto também rejeita projetos de crédito de carbono e mecanismos jurisdicionais de REDD+, atualmente discutidos na COP 30 e em tratativas governamentais.

Segundo o movimento, essas iniciativas não enfrentam a origem da crise climática, como o desmatamento industrial, o garimpo ilegal, a construção de hidrovias e a ampliação da monocultura da soja.

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Segurança

Embora o protesto tenha ocorrido de forma pacífica, o avanço dos indígenas foi barrado por militares do Exército, que restringiram a entrada principal da Zona Azul da COP30.

Com o bloqueio, participantes e delegados da COP 30 precisaram usar um acesso alternativo, normalmente utilizado como saída do local do evento.

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