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Estudo da Fiocruz mostra aumento da taxa de suicídio entre jovens no Brasil

O levantamento, realizado a partir de registros do SUS (Sistema Único de Saúde), foi recém publicado na revista científica The Lancet Regional Health Americas.

Mônica Bergamo/Folhapress

Publicado em 20/02/2024 às 09:22

Atualizado em 20/02/2024 às 09:25

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Os índices de suicídio e autolesão verificados entre jovens foram maiores do que os na população em geral / Marcelo Camargo/Agência Brasil

Taxa de suicídio cresceu 6% ao ano, entre jovens de 10 a 25 anos, de 2011 e 2022, no Brasil. Os casos de autolesões entre pessoas dessa idade registraram uma alta ainda maior, de 29% ao ano, no mesmo período analisado.

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Os números são de um estudo do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), da Fiocruz Bahia, feito em colaboração com pesquisadores de Harvard. O levantamento, realizado a partir de registros do SUS (Sistema Único de Saúde), foi recém publicado na revista científica The Lancet Regional Health Americas.

Os índices de suicídio e autolesão verificados entre jovens foram maiores do que os na população em geral, cujas taxas tiveram aumento médio de 3,7% e 21% ao ano, respectivammente.. A pesquisa ainda fez uma análise de etnia.

Segundo o levantamento, houve uma alta de casos de autolesões em toda a população, incluindo indígenas, pardos, descendentes de asiáticos, negros e brancos.

Os povos originários, porém, lideram, com 100 casos a cada 100 mil pessoas. "Mesmo com maior número de notificações, a população indígena apresentou as menores taxas de hospitalização. Esse é um indício forte de que existem barreiras no acesso que essa população tem aos serviços de urgência e emergência", analisa a pesquisadora da Fiocruz Flávia Jôse Alves, líder da investigação. Estudos anteriores da Fiocruz já mostravam tendência no aumento do número de suicídios nos últimos anos no país, e apontam que o crescimento está relacionado com as desigualdades sociais e a alta de transtornos mentais.

A pandemia de Covid-19 não teve impacto neste cenário, concluí o levantamento. "Apesar de ter sido um dos países mais afetados pela pandemia, outras pesquisas já relataram que as taxas de suicídio no período se mantiveram estáveis. O principal aqui é que, independentemente da pandemia, o aumento das taxas foi persistente ao longo do tempo", explica Alves.

ONDE PROCURAR AJUDA?

Mapa Saúde Mental Site mapeia diversos tipos de atendimento:

www.mapasaudemental.com.br

CVV (Centro de Valorização da Vida)

Voluntários atendem ligações gratuitas 24h por dia no número 188:

www.cvv.org.br

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