Brasil
Nascida em Ribeirão Preto, uma gelateria transformou produção artesanal em escala industrial e mira R$ 500 milhões em faturamento este ano
Primeira loja surgiu em 2013, quando Eduardo Borelli decidiu trazer ao Brasil o verdadeiro gelato italiano / Divulgação
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A trajetória da Borelli é daquelas histórias empresariais que parecem script de documentário: começa pequena, com atmosfera de negócio familiar, e em poucos anos explode como referência nacional.
A primeira loja surgiu em 2013, quando Eduardo Borelli decidiu trazer ao Brasil o verdadeiro gelato italiano. Ele importou maquinário diretamente da Itália e apostou em ingredientes frescos, sem conservantes e com alta padronização, mas mantendo o toque acolhedor típico do atendimento brasileiro.
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A estreia em Ribeirão Preto foi discreta, mas o boca a boca transformou a gelateria em fenômeno no interior paulista. O aroma da casquinha artesanal, o gelato fresco batido no próprio dia e a famosa cascata de chocolate se tornaram assinatura da marca.
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A expansão começou a ganhar força a partir de 2018, quando a marca entrou de vez no mercado de franquias. Em poucos anos, a Borelli passou a figurar entre as redes que mais crescem no país, chamando atenção de investidores em feiras de franchising e atraindo consumidores em diferentes regiões.
Reportagens setoriais mostram que a marca chegou à casa das duas centenas de unidades entre inauguradas e em implantação, com presença em dezenas de estados e metas agressivas para os próximos anos.
A Associação Brasileira de Franchising projeta a Borelli ultrapassando a marca de 400 franquias até 2026, consolidando-se como uma das principais redes de gelato premium do Brasil.
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Para sustentar esse ritmo, a empresa verticalizou a produção e inaugurou uma fábrica em Cravinhos, na região de Ribeirão Preto, em uma área de cerca de 7 mil metros quadrados.
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O espaço centraliza a fabricação da base dos gelatos distribuída às lojas e foi planejado para garantir controle total da cadeia produtiva, além de adotar boas práticas de sustentabilidade, como reuso de água e redução de resíduos.
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A estratégia permitiu que a Borelli mantivesse o padrão artesanal em larga escala, reforçando a consistência da marca em todas as unidades.
A fábrica também ajuda a enfrentar desafios típicos do setor, como o custo de matérias-primas importadas e a necessidade de transporte refrigerado rigoroso, já que os produtos não levam conservantes.
O modelo de negócio atrai franqueados justamente pela combinação entre qualidade e gestão. A empresa mantém treinamentos constantes, padroniza processos e aposta em experiência para fidelizar o público.
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O CEO, Tony Miranda, afirma que o segredo da Borelli é oferecer um produto de alta gastronomia com atendimento caloroso, criando um contraste proposital: o gelato é frio, mas a recepção ao cliente precisa ser quente.
O sabor que melhor traduz esse sucesso é o pistache, líder absoluto de vendas e produzido com cerca de uma tonelada e meia de castanha importada por mês, segundo a própria marca. A procura é tão grande que a Borelli costuma lançar ações temáticas, como semanas especiais dedicadas ao pistache.
Hoje, a empresa mira alto. O objetivo é atingir R$ 500 milhões em faturamento até o fim de 2025, um salto que representa crescimento de aproximadamente 60% em relação ao ano anterior.
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O plano envolve abrir novas lojas, fortalecer as existentes e investir em tecnologia, logística e marketing. Para os franqueados, o investimento inicial é robusto, e estudos divulgados por veículos econômicos apontam faturamentos médios que podem ultrapassar a marca de R$ 180 mil por mês em unidades maduras, com margens atraentes dentro do segmento premium.
Com essa combinação de produto artesanal, fábrica estruturada, gestão profissional e expansão acelerada, a Borelli se tornou um case raro no ramo de gelatos no Brasil.
A marca nasceu de uma ideia simples — fazer o melhor gelato possível — e transformou essa paixão em processo, escala e ambição nacional.
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Se alcançar o faturamento projetado, a Borelli consolidará um dos crescimentos mais impressionantes do setor de alimentação nos últimos anos, mostrando que um negócio criado no interior paulista pode, sim, se tornar referência em todo o país.