Brasil
Nesta quarta-feira (3), o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus são julgados pela primeira turma do Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe
O Caso Dreyfus é considerado por muitos especialistas como um dos maiores escândalos políticos da história / Divulgação
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Nesta quarta-feira (3), o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus são julgados pela primeira turma do Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe. Entre os assuntos citados pelo advogado Paulo Bueno esteve o famoso Caso Dreyfus. Durante seu argumento de defesa, Bueno alertou para que o caso Bolsonaro não se torne uma versão brasileira do caso Dreyfus:
“Senhores ministros, a absolvição de Bolsonaro é imperiosa para que não tenhamos a nossa versão do caso Dreyfus", citou a defesa ao fazer uma relação com o escândalo político que dividiu a Terceira República Francesa entre 1894 e 1906.
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O Caso Dreyfus é considerado por muitos especialistas como um dos maiores escândalos políticos da história.
Ele ocorreu entre 1894 e 1906 e envolveu Alfred Dreyfus, capitão judeu da artilharia da Alsácia, na França. Dreyfus foi acusado de passar documentos confidenciais do Exército francês para a Alemanha. No entanto, todas as provas eram frágeis e baseadas em antissemitismo e rivalidades internas no Exército.
Em dezembro de 1894, Dreyfus foi condenado em um julgamento militar secreto e enviado para a prisão na Ilha do Diabo, na Guiana Francesa. Somente em 1896, um membro da alta cúpula do Exército descobriu o verdadeiro espião. Apesar disso, todas as tentativas de justiça foram completamente abafadas.
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A virada na história aconteceu com o trabalho do escritor Émile Zola, em 1898. O artigo "J'accuse" ("Eu acuso") foi publicado no jornal L'Aurore, denunciando as falácias do processo e acusando os responsáveis pelo erro judiciário.
Veja também que a Defesa de Jair Bolsonaro desqualifica delação de Mauro Cid e alega falta de provas.
Com o impacto da crítica, uma nova investigação foi conduzida e, em 1906, Dreyfus foi finalmente reintegrado ao Exército com o posto de major.
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