Brasil

Em três anos, desemprego mais que dobrou

O número de desempregados alcançou o patamar recorde de 13,547 milhões de pessoas no trimestre encerrado em fevereiro de 2017

Estadão Conteúdo

Publicado em 01/04/2017 às 08:30

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O mercado de trabalho permanece em deterioração no País / Divulgação

Apesar dos sinais de melhora em alguns indicadores econômicos, o mercado de trabalho permanece em deterioração no País. O número de desempregados alcançou o patamar recorde de 13,547 milhões de pessoas no trimestre encerrado em fevereiro de 2017, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Como consequência, a taxa de desemprego saltou de 10,2% no trimestre até fevereiro de 2016 para 13,2% no trimestre até fevereiro de 2017, também o número mais alto já registrado.

Em três anos, o total de desempregados no País mais que dobrou. Em fevereiro de 2014, havia 6,623 milhões de desocupados, contingente que subiu para os atuais 13,457 milhões, o equivalente a 6,924 milhões de desempregados a mais. "Quando você dispensa uma pessoa, você está levando ela e mais alguém junto para a fila da desocupação", disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Só na indústria, já foram quase dois milhões de postos de trabalho fechados nesse período. "A indústria foi o grupamento, sem dúvida, que mais sentiu a crise. Todos sentiram, mas a indústria mais, por ser um grupamento mais organizado, por ter participação importante de estados como São Paulo, Minas Gerais, estados do sul do País", argumentou Azeredo.

Evolução

Para o economista-chefe da consultoria Parallaxis, Rafael Leão, a deterioração do mercado de trabalho vai até o terceiro trimestre, com o desemprego atingindo o pico de 13,6% em julho. Leão acredita que a reoneração da folha de pagamento, anunciada pelo governo para ajudar a fechar o orçamento deste ano, pode atrasar a retomada do emprego.

"A resoneração da folha pode prejudicar a contratação de novos funcionários. O mercado de trabalho já está moroso e as empresas estão tentando se desalavancar. Com esse novo elemento, atrapalha um pouco", disse.

As demissões em setores importantes da economia, como a indústria e a construção civil - que perdeu mais de 1 milhão de vagas desde 2014 -, afetaram também a formalização do mercado de trabalho. No ápice do trabalho com carteira assinada, em junho de 2014, o País contava com 36,9 milhões de empregados formais. Em fevereiro de 2017 esse contingente caiu para 33,7 milhões.

"A perda na carteira assinada é forte e de lenta recuperação. O retorno desse processo tende a ser mais complicado, de reconstituir aquele posto de trabalho formal", alertou o coordenador do IBGE.

O resultado reforça a percepção de que o processo de retomada do mercado de trabalho será lento, de acordo com o economista Thiago Xavier, da Tendências Consultoria Integrada. "Difícil esperar que neste momento de atividade fraca o País consiga absorver a população desocupada", resumiu Xavier. 

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