Brasil
Primeiro dia da conferência destacou ações pela descarbonização, sustentabilidade e a presença de Cubatão e do MPor na Green Zone da COP30
Líderes de mais de 190 países, especialistas, representantes da sociedade civil e de povos indígenas se reuniram na capital paraense / Tânia Rêgo/Agência Brasil
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A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) começou nesta segunda-feira (10) em Belém (PA) com um forte tom de urgência.
Líderes de mais de 190 países, especialistas, representantes da sociedade civil e de povos indígenas se reuniram na capital paraense — a primeira cidade amazônica a sediar o evento — com o objetivo de transformar promessas climáticas em ações concretas.
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Na abertura, o secretário-executivo da ONU para o Clima, Simon Stiell, fez um discurso enfático sobre a necessidade de cooperação global: “O seu trabalho aqui não é lutar uns contra os outros — é lutar juntos contra esta crise climática”.
Ele lembrou que, embora o mundo tenha conseguido “dobrar para baixo a curva de emissões”, ainda está longe de cumprir as metas do Acordo de Paris.
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Logo no primeiro dia, surgiram discussões sobre financiamento climático e adaptação, temas centrais para países em desenvolvimento.
Blocos de nações do Sul Global pediram mais apoio financeiro dos países ricos para enfrentar eventos climáticos extremos e implementar políticas sustentáveis.
Instituições financeiras internacionais aproveitaram o momento para anunciar instrumentos voltados a projetos de adaptação e infraestrutura verde, com foco em agricultura, mobilidade e energia limpa.
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A expectativa é que, ao longo da conferência, sejam definidos novos mecanismos de cooperação financeira e tecnológica.
Veja também: COP30: entenda o que é, quando acontece e por que o mundo está de olho em Belém
Também nesta segunda-feira, o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) participou da abertura do Espaço do Desenvolvimento, iniciativa realizada na Green Zone da COP30, em parceria com o Sistema Transporte — que reúne a Confederação Nacional do Transporte (CNT), o SEST SENAT e o Instituto de Transporte e Logística (ITL) — e com o Ministério dos Transportes.
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O evento reuniu autoridades, representantes do setor produtivo e organismos internacionais para debater os desafios e oportunidades da transição energética e da descarbonização do transporte, com destaque para a integração entre políticas públicas e inovação logística.
Em seu discurso, o ministro Silvio Costa Filho destacou a importância de integrar os modais portuário e hidroviário à agenda climática global, ressaltando o papel estratégico do Brasil na redução de emissões e na promoção de uma infraestrutura verde e eficiente.
“O Brasil tem condições de liderar a transição energética do transporte mundial, unindo sustentabilidade, eficiência e geração de empregos verdes”, afirmou o ministro.
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Costa Filho ressaltou ainda que a presença do MPor na COP30 reforça o compromisso do governo com uma agenda integrada entre transporte, portos e meio ambiente.
O estande da CNT também deve promover debates sobre o combustível sustentável de aviação (SAF), apontado como uma das principais apostas do setor para reduzir emissões globais.
Veja algumas fotos de como foi o primeiro dia do COP 30:
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Entre os municípios brasileiros presentes, Cubatão iniciou sua participação apresentando experiências em governança ambiental, inovação e transição energética.
Veja como foi o primeiro dia da cidade no evento: Cubatão destaca transição energética e sustentabilidade na COP30 em Belém.
A cidade destacou projetos de recuperação de áreas degradadas, descarbonização industrial e incentivo à economia verde, fortalecendo sua imagem como símbolo nacional de reconversão produtiva e sustentabilidade.
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No evento, o município defendeu a importância da cooperação entre governos locais e o setor privado para implementar políticas de baixo carbono.
Cubatão também integra a Aliança Brasileira para Cidades Sustentáveis, que busca aproximar as metas locais dos compromissos assumidos pelo Brasil junto à ONU.
A presença de povos indígenas, comunidades tradicionais e jovens ativistas marcou o tom da conferência. As delegações amazônicas defenderam o conceito de “transição ecológica justa”, conectando a preservação das florestas ao desenvolvimento social e à geração de empregos sustentáveis.
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O governo brasileiro reforçou o papel da Amazônia como centro de soluções climáticas globais, destacando programas de monitoramento ambiental, reflorestamento e bioeconomia como pilares de uma nova economia verde.
A COP30 segue até o dia 21 de novembro, com pautas que devem abordar perdas e danos climáticos, reformas no sistema financeiro internacional, créditos de carbono e metas de descarbonização até 2035.
Entre as pautas locais, a delegação de Cubatão ainda deve participar de outro painéis com a atuação da vice-prefeita Andrea Castro e do prefeito César Nascimento, que deve falar na Blue Zone no dia 15.
Os olhares se voltam agora para a reunião ministerial, onde são esperados anúncios de compromissos mais ambiciosos em redução de emissões e financiamento verde. Realizada pela primeira vez no coração da Amazônia, a conferência promete definir os caminhos da governança climática global para a próxima década.