Especialista alerta que Amazônia pode entrar em colapso climático em 30 anos sem ação / Valter Campanato/Agência Brasil
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A Amazônia, que será sede da COP 30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas) e registra índices recordes de queda no desmatamento, ainda enfrenta um outro problema grave: a poluição do ar em níveis superiores aos de grandes metrópoles, como a cidade de São Paulo.
Segundo uma pesquisa realizada em 2024 pelo Greenpeace, a poluição do ar na região chegou a estar 20 vezes acima do recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Neste ano, mesmo com a redução das queimadas, o índice ainda ficou seis vezes superior ao limite aceitável.
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O monitoramento considera os níveis de PM2.5 (partículas finas) presentes na atmosfera, com medições concentradas em áreas como Porto Velho, em Rondônia, e Lábrea, no Amazonas. A situação coloca a floresta, durante o período de seca e incêndios, em um patamar pior do que cidades como São Paulo, Pequim ou Santiago.
O relatório indica que os focos de incêndio na Amazônia estão concentrados principalmente em zonas agropecuárias, muitas vezes localizadas perto de frigoríficos. A inalação dessas partículas finas de queimadas pode causar sérios problemas de saúde, como asma, bronquite, infecções pulmonares e irritações.
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Em entrevista ao Greenpeace, Hilda Barabadá Karitiana, uma moradora da aldeia Beijarana, localizada na Terra Indígena Karitiana, próxima a Porto Velho, descreve os impactos na saúde física.
"No verão, na seca, aqui dá muita fumaça. Quando venta, vem a fumaça de longe e afeta a aldeia também, mesmo que o fogo não seja perto. A gente sente pelo ar. Começa a dor na garganta, nariz irritado, muita tosse", lamenta Hilda.
O Greenpeace reforça que a expectativa de vida poderia aumentar em até 2,9 anos nos estados mais afetados, Rondônia e Amazonas, caso os padrões de qualidade do ar da OMS fossem cumpridos da forma correta.
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