Esta será a primeira cidade brasileira a abrigar uma usina Waste-to-Energy (WTE) / Divulgação
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A cidade de Barueri, na Grande São Paulo, será a primeira da América Latina a abrigar uma usina Waste-to-Energy (WTE), tecnologia que transforma lixo em energia elétrica. A unidade deve começar a operar no primeiro trimestre de 2027 e promete reduzir em até 90% o volume de resíduos enviados a aterros sanitários, segundo a Associação Brasileira de Energia de Resíduos (Abren).
Batizada de Unidade de Recuperação Energética (URE Barueri), a planta ocupará uma área de 37 mil m² e terá capacidade para gerar 20 megawatts (MW) de energia, a partir da queima controlada de resíduos. O processo inclui tratamento de gases e cinzas, evitando a emissão de poluentes e contribuindo para a sustentabilidade urbana.
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Financiada pelo grupo Orizon, a usina vai processar até 870 toneladas de lixo por dia, recebidas de Barueri, Santana de Parnaíba e Carapicuíba. O projeto é conduzido pela Interunion Santin Projetos e Integrações, responsável pela engenharia, aquisição e construção.
A proposta surgiu da própria Prefeitura de Barueri, que atualmente envia seus resíduos para o município vizinho. A meta é tornar a cidade autossuficiente na gestão do lixo e referência em inovação ambiental.
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A energia gerada será conectada à rede da Enel por uma linha de transmissão de 300 metros. Dois contratos de fornecimento já foram firmados nos Leilões A-5 de 2021 e 2022, com validade de 20 anos.
A tecnologia WTE é amplamente usada na Europa, Ásia e Estados Unidos desde os anos 1990. Hoje, mais de 1.800 usinas desse tipo tratam cerca de 11% dos resíduos sólidos do planeta.
Apesar do avanço, o setor enfrenta desafios no Brasil. Especialistas apontam a necessidade de um marco regulatório e de contratos de longo prazo para atrair novos investimentos.
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Além do projeto de Barueri, há planos semelhantes em andamento em Mauá, Campinas, Seropédica (RJ) e Brasília (DF). Em São Paulo, estão previstas duas novas usinas até 2028, cada uma com capacidade de 1.000 toneladas diárias e 30 MW de potência, com a meta de reduzir em até 70% o envio de lixo a aterros até 2040.