Caixa Econômica Federal anunciou o retorno do financiamento de até 80% do valor de imóveis no país / Pexels
Continua depois da publicidade
A Caixa Econômica Federal anunciou nesta sexta-feira (10) o retorno do financiamento de até 80% do valor de imóveis no país, por meio do Sistema de Amortização Constante (SAC) — modelo em que as parcelas são mais altas no início e diminuem gradualmente ao longo do tempo, conforme os juros caem.
O anúncio foi feito durante cerimônia em São Paulo, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Jader Filho (Cidades), do vice-presidente Geraldo Alckmin, e do presidente da Caixa, Carlos Vieira.
Continua depois da publicidade
Desde novembro de 2023, o limite de financiamento da Caixa era de até 70% do valor do imóvel. A mudança representa um reforço no crédito imobiliário, segundo Vieira, que destacou que o retorno ao patamar de 80% só foi possível após ajustes no uso dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e da poupança.
“Essa atualização garante mais acesso à moradia e mais dinamismo para o setor da construção civil”, afirmou o presidente da Caixa durante o evento.
Continua depois da publicidade
Veja também: Imóveis de alto padrão viram queridinhos e cidade do litoral se torna potência no setor
De acordo com o ministro Jader Filho, o novo modelo permitirá que a Caixa financie cerca de 80 mil unidades a mais até o fim de 2026, injetando R$ 20 bilhões na economia por meio de novos contratos habitacionais.
O governo também anunciou a modernização do modelo de captação de recursos pelos bancos dentro do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). A medida deve ampliar a oferta de crédito e fortalecer o Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que beneficia especialmente famílias de classe média.
Continua depois da publicidade
Com isso, o valor máximo do imóvel financiado pelo SFH também sobe de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões, o que aumenta o acesso a imóveis de maior valor dentro do sistema regulado.
Atualmente, 65% dos depósitos da poupança são obrigatoriamente aplicados pelos bancos em crédito imobiliário, enquanto 20% vão para o Banco Central (BC) e 15% ficam livres para outras operações.
Veja também: Esta cidade tem o aluguel mais lucrativo do país e desponta como polo imobiliário nacional
Continua depois da publicidade
Com as novas regras, haverá uma transição até janeiro de 2027, quando o modelo atual será totalmente substituído. Nesse período, o direcionamento obrigatório cairá gradualmente e os depósitos compulsórios no BC serão reduzidos, permitindo que mais recursos fiquem disponíveis para financiamento habitacional.
Na prática, o volume total de dinheiro depositado na poupança passará a determinar quanto os bancos poderão destinar ao crédito imobiliário, beneficiando tanto o Sistema Financeiro da Habitação (SFH) quanto o Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI).
A iniciativa é vista como um passo importante para estimular o setor da construção civil, gerar empregos e aumentar o acesso à casa própria. O governo federal aposta que o novo formato criará um ambiente mais sustentável para o crédito imobiliário, ao mesmo tempo em que reduz a dependência de subsídios públicos diretos.
Continua depois da publicidade
“O país precisa de moradia, crédito e trabalho. Com essas mudanças, atendemos aos três pontos”, afirmou o ministro Jader Filho.
Com o retorno do financiamento de até 80%, a Caixa reforça seu papel de liderança no setor — o banco é responsável por cerca de 70% dos financiamentos imobiliários no Brasil.