No geral, a qualidade das rodovias brasileiras piorou no último ano / Agência Brasil
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Quedas de barreiras, pistas com erosões, grandes buracos e pontes caídas. O total de pontos críticos pesquisados em rodovias brasileiras cresceu 75,6% em apenas um ano. É o que apontam dados divulgados nesta terça-feira (22) pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), que avaliou 108.863 quilômetros de rodovias pavimentadas em todas as regiões do país.
O levantamento foi feito por 24 equipes entre os dias 20 de maio e 18 de junho, que detectaram 797 trechos com pontos críticos, sendo 639 buracos grandes, 130 erosões na pista, 26 quedas de barreira e 2 pontes caídas. Em 2018, eram 454.
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No geral, a qualidade das rodovias brasileiras piorou no último ano. O estado geral dos trechos avaliados apresentou problemas em 59% de sua extensão, ante os 57% aferidos na pesquisa do ano passado.
A pesquisa analisou a malha federal pavimentada e os principais trechos estaduais, também asfaltados, sob gestão dos governos ou da iniciativa privada.
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Também pioraram a situação do pavimento, da sinalização e da geometria das rodovias. De 50,9% de problemas no pavimento, o índice subiu para 52,4%. Já os problemas com sinalização avançaram de 44,7% para 48,1%, enquanto a geometria da via é problemática em 76,3% dos trechos, ante os 75,7% do ano anterior.
O estado geral das rodovias é péssimo em 6,9% dos trechos analisados, ruim em 17,5%, regular em 34,6%, bom em 29,1% e ótimo em 11,9%.
No ranking das melhores e piores ligações rodoviárias do país, as dez mais bem colocadas estão concedidas à iniciativa privada e passam por São Paulo.
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As ligações são trechos que podem ser formados por uma ou mais rodovias e têm grande importância socioeconômica e volume significativo de veículos.
O melhor trecho é o de Campinas a Jacareí, que engloba a rodovia Dom Pedro. Já o pior é o de Natividade (TO) a Barreiras (BA), que inclui quatro rodovias e ocupou a mesma posição no levantamento do ano passado. No total, foram avaliadas 109 ligações.
Mais caro
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Consequência dos problemas, os custos dos transportes cresceram no país, de acordo com a CNT.
A estimativa é que, na média, os problemas nas rodovias resultaram em aumento do custo operacional do transporte em 28,5% -na região Norte, chegou a 38,5%-, em itens como consumo de combustível e lubrificantes e gastos com pneus e freios.
"É urgente a necessidade de ampliar os recursos para as rodovias brasileiras e melhorar a aplicação do orçamento disponível", disse o presidente da CNT, Vander Costa
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Com diesel, o consumo cresce cerca de 5% com as pistas ruins, o que num ano pode chegar a 931,8 bilhões de litros de consumo desnecessário, segundo a confederação, com aumento na emissão de poluentes.
A entidade estima em R$ 38,6 bilhões o total de recursos necessários para reconstruir e restaurar as rodovias brasileiras, valor muito superior aos gastos do governo federal no setor.
Neste ano, foram investidos R$ 4,78 bilhões dos R$ 6,2 bilhões autorizados pela União, menos que os R$ 7,48 bilhões do ano passado, conforme o estudo da CNT.
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Acidentes A CNT calculou em R$ 4,78 bilhões o custo dos 32.104 acidentes registrados nas rodovias federais policiadas do país no primeiro semestre deste ano, a partir de dados do Ipea, Denatran e ANTP (2015), com atualização da base de acidentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal). Desses, 2.180 tiveram mortes.