Você já ouviu falar do tapicuru (Phimosus infuscatus)? / Bianca Brodowsky/Arquivo Pessoal e Bruno Neri
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Você já ouviu falar do tapicuru (Phimosus infuscatus)? A ave de corpo negro e bico longo e alaranjado tem chamado atenção por sua presença cada vez mais comum em diversas regiões do Brasil.
Originária de áreas úmidas e abertas, ela se espalhou com surpreendente rapidez pela Baixada Santista, por diversos pontos do estado de São Paulo e, hoje, pode ser vista em quase todo o território nacional.
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Com seu visual marcante e comportamento adaptável, o tapicuru vem conquistando novos habitats. Se continuar nesse ritmo, você verá esta ave até na sua garagem.
O tapicuru é uma ave de porte médio a grande, principalmente quando comparado com espécies urbanas como o bem-te-vi. Seu bico é longo, fino, levemente curvado e amarelo-alaranjado, criando um contraste visual com o corpo escuro, coberto por penas negras.
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É comum vê-lo em grupos, caminhando por gramados, margens de rios, terrenos alagadiços, orla da praia e até campos de futebol. Sua facilidade de adaptação ao ambiente urbano tem sido uma das chaves para sua expansão.
Segundo dados do portal WikiAves, até setembro de 2025, o tapicuru já havia sido registrado em quase todos os estados brasileiros, totalizando 14.666 fotos e 129 registros sonoros. Veja a seguir um panorama detalhado por região.
A região Sul apresenta um dos maiores números de registros do tapicuru, com 6.734 fotos e 57 sons. O Rio Grande do Sul lidera com folga, sugerindo que a ave se adaptou muito bem às paisagens abertas da região.
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Rio Grande do Sul – 3.229 fotos | 29 sons
Santa Catarina – 2.443 fotos | 18 sons
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Paraná – 1.353 fotos | 14 sons
Foi no Sudeste, especialmente em São Paulo, que o tapicuru começou a chamar a atenção. Hoje, a região acumula 5.756 registros fotográficos e 48 sonoros.
São Paulo – 3.865 fotos | 16 sons
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Minas Gerais – 1.945 fotos | 29 sons
Rio de Janeiro – 214 fotos | 3 sons
Espírito Santo – 32 fotos | 0 sons
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Na região central do Brasil, a espécie também marca presença significativa, com 1.634 fotos e 22 sons registrados.
Mato Grosso do Sul – 515 fotos | 2 sons
Mato Grosso – 542 fotos | 1 som
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Goiás – 515 fotos | 19 sons
Distrito Federal – 117 fotos | 0 sons
Apesar de presente em alguns estados do Nordeste, o tapicuru ainda não foi registrado na Paraíba nem em Sergipe. Ao todo, a região contabiliza 286 fotos e apenas 1 registro sonoro, feito em Alagoas.
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Bahia – 140 fotos | 0 sons
Sergipe – 0 fotos | 0 sons
Alagoas – 4 fotos | 1 som
Pernambuco – 33 fotos | 0 sons
Paraíba – 0 fotos | 0 sons
Rio Grande do Norte – 2 fotos | 0 sons
Ceará – 81 fotos | 0 sons
Piauí – 37 fotos | 0 sons
Maranhão – 13 fotos | 0 sons
No Norte do Brasil, a presença do tapicuru é bem mais discreta, com apenas 209 registros fotográficos e nenhum sonoro. Quatro estados ainda não possuem nenhum registro no WikiAves.
Pará – 73 fotos | 0 sons
Amazonas – 0 fotos | 0 sons
Amapá – 0 fotos | 0 sons
Roraima – 0 fotos | 0 sons
Acre – 0 fotos | 0 sons
Rondônia – 23 fotos | 0 sons
Tocantins – 128 fotos | 0 sons
Essa baixa ocorrência pode estar relacionada à falta de observadores ativos em algumas áreas da região, além do fato de o tapicuru tender a evitar áreas mais densamente florestadas e preservadas, o que, segundo especialistas, limita sua expansão natural na Amazônia.
De acordo com especialistas consultados pelo Diário do Litoral, o tapicuru é uma espécie que pode se beneficiar da ação humana sobre o ambiente, como desmatamentos e áreas abertas, o que favorece sua alimentação e reprodução.
Esse comportamento explicaria sua presença crescente em zonas urbanas e periurbanas e sua ausência relativa em áreas de mata fechada.
Apesar de estar se espalhando com rapidez, o tapicuru não está ameaçado de extinção. A espécie é classificada como de "pouca preocupação" na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
Além do Brasil, o tapicuru também é encontrado em outros países da América do Sul, como: