O estudo estima que um munícipe gaste aproximadamente 46,30% do salário mínimo para adquirir a cesta básica mensalmente / Divulgação/PMS
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Um estudo da Universidade Federal de Viçosa (UFV) revela que pequenas variações no preço da cesta básica podem ter impactos significativos na vida das famílias brasileiras. Segundo a pesquisa publicada no periódico Estudos Econômicos, cada R$ 1 de aumento no valor da cesta eleva em 13 pontos percentuais o risco de famílias caírem em situação de insegurança alimentar.
A análise utilizou dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2017–2018) e informações do Dieese, e mostra que, diante da alta nos preços e da redução da renda, os brasileiros tendem a substituir alimentos ultraprocessados por produtos in natura, como feijão, arroz, legumes e frutas, na tentativa de manter a alimentação dentro do orçamento.
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O estudo, assinado pelas pesquisadoras Aline Carolina Rodrigues, Maritza Rosales e Lorena Viena Costa, também alerta que mesmo famílias atualmente em segurança alimentar podem rapidamente migrar para a faixa de insegurança leve quando o preço da cesta sobe. A pesquisa destaca que a vulnerabilidade alimentar não depende apenas da renda, mas também da volatilidade dos preços de alimentos básicos.
Segundo dados do Dieese, a cesta básica em outubro de 2025 já acumula aumentos em diversas regiões do país, com destaque para itens essenciais como arroz, feijão, óleo de soja, leite e carne, que representam a maior parte do orçamento alimentar das famílias de baixa renda. Em algumas capitais, o valor da cesta básica ultrapassa R$ 1.500, o que compromete mais de 50% da renda mínima necessária para uma família de quatro pessoas.
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O levantamento evidencia que políticas públicas de controle de preços, subsídios e programas de distribuição de alimentos, como o Bolsa Família e os programas de alimentação escolar, continuam sendo fundamentais para reduzir a vulnerabilidade alimentar e garantir que o aumento de preços não comprometa a nutrição das famílias.
A pesquisa da UFV reforça que a segurança alimentar é sensível até mesmo a pequenas variações econômicas e que a gestão dos preços e a proteção social devem caminhar lado a lado para evitar que milhões de brasileiros enfrentem a fome em pleno século XXI.
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