Brasil

As 4 cidades brasileiras que se transformam em grandes parques temáticos de Natal

Eventos exclusivos, decorações de última geração e programação variada transformam esses municípios em um mundo mágico

Jeferson Marques

Publicado em 26/11/2025 às 10:22

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Muitas cidades brasileiras se transformam em parques natalinos nessa época do ano / Imagem gerada por IA

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À medida que dezembro se aproxima, algumas cidades brasileiras deixam de ser apenas destinos turísticos e assumem, oficialmente, o papel de parques temáticos de Natal. São ruas inteiras tomadas por milhões de lâmpadas, árvores gigantes, desfiles, corais e projeções mapeadas que movimentam a economia local e atraem visitantes de todas as regiões do país. Gramado (RS), Curitiba (PR), Campos do Jordão (SP) e Londrina (PR) estão entre os exemplos mais emblemáticos dessa transformação sazonal.

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GRAMADO

Na Serra Gaúcha, Gramado consolidou o status de capital brasileira do Natal. O Natal Luz completa 40 edições e é hoje um dos maiores eventos natalinos do mundo, com mais de 300 atrações distribuídas ao longo de cerca de três meses de programação, entre desfiles, espetáculos pagos e atividades gratuitas espalhadas pela cidade.

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O investimento público e privado acompanha o gigantismo do evento. Só o governo do Rio Grande do Sul destinou mais de R$ 1,6 milhão à edição comemorativa, enquanto o orçamento total do Natal Luz passa da casa das dezenas de milhões de reais. A expectativa é receber por volta de 2,8 milhões de visitantes até o fim da temporada, número que reforça o papel do turismo como motor da economia local: estimativas apontam que o setor responde por mais de 80% do PIB do município.

À noite, a cidade assume a aparência definitiva de parque temático: portais iluminados, fachadas enfeitadas, projeções na Igreja Matriz São Pedro e a avenida principal tomada por decoração cênica. Para muitos turistas, o grande desfile de Natal, com carros alegóricos, personagens e trilha sonora própria, é o equivalente a um “parque de diversões natalino a céu aberto”.

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CURITIBA

Curitiba vem disputando espaço entre os grandes destinos natalinos do país com o evento “Natal de Curitiba – Luz dos Pinhais”. Em 2025, a cidade promete mais de 150 atrações gratuitas espalhadas por parques, praças, prédios históricos e bairros, com o objetivo declarado de transformar toda a capital em um grande palco natalino.

O cartão-postal mais conhecido segue sendo o tradicional coral de crianças nas janelas do Palácio Avenida, no centro, que há mais de três décadas reúne moradores e turistas para apresentações temáticas ao ar livre.

Mas é no bairro Umbará que a sensação de “parque temático” ganha dimensão de cenário cinematográfico. A Rua Iluminada da Família Moletta, atração que começou de forma caseira e hoje integra a programação oficial, reúne cerca de 300 metros de casas e jardins cobertos por mais de 1 milhão de pontos de luz, com presépio, casa do Papai Noel, praça de alimentação e uma árvore de cerca de 30 metros onde ocorre um show diário de luzes sincronizadas com música.

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A prefeitura também aposta em circuitos que conectam ônibus especiais, parques com árvores gigantes, feiras de Natal e projeções em prédios históricos, reforçando a ideia de um roteiro imersivo que ocupa a cidade inteira durante a temporada.

CAMPOS DO JORDÃO

No interior de São Paulo, Campos do Jordão, já associada ao inverno e ao clima europeu, vem investindo pesado para também ser lembrada como destino de Natal. O “Natal dos Sonhos” ganhou força nos últimos anos e, em 2025, deve ampliar o uso de tecnologia e iluminação para transformar o eixo central da cidade em um grande corredor imersivo, com cerca de 170 árvores decoradas e cenários temáticos ao longo de mais de dois meses de programação.

Além da decoração de ruas e praças, há foco em experiências “instagramáveis”: esculturas iluminadas, pisos interativos, árvore de Natal gigante e apresentações com personagens da Turma da Mônica em trajes natalinos no Parque Capivari, voltadas especialmente para famílias com crianças.

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Na prática, a cidade passa a concorrer com destinos serranos tradicionais de fim de ano, oferecendo não só o clima de montanha, mas também uma ambientação visual que remete aos mercados natalinos europeus, adaptados à realidade brasileira.

LONDRINA

Londrina, no norte do Paraná, vem se firmando como outro exemplo de cidade que abraça a lógica de parque temático natalino. O ponto alto é a região do Lago Igapó II, onde uma árvore de Natal de 28 metros, com cerca de 2,5 mil pontos de LED, serve de núcleo para uma passarela iluminada que permite ao visitante atravessar o espelho d’água sob um túnel de luzes.

Em 2024, a chamada “Passarela de Natal” superou a marca de 50 mil visitantes em poucas semanas, segundo a organização, e a cidade ampliou o projeto de iluminação para corredores comerciais e bairros periféricos, criando múltiplos pontos de visitação.

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A aposta é clara: usar a decoração natalina como vetor de movimento no comércio, de ocupação de espaços públicos à noite e de reposicionamento da cidade no mapa turístico regional.

ECONOMIA, TURISMO E IDENTIDADE

A transformação dessas cidades em “parques temáticos de Natal” não é só estética. Em Gramado, o Natal Luz movimenta cifras que passam de R$ 500 milhões em uma única temporada, ajuda a recuperar a economia gaúcha após eventos climáticos extremos e sustenta uma cadeia que vai de hotéis e restaurantes a comércio, serviços e empregos temporários.

Curitiba e Campos do Jordão seguem a mesma lógica, usando grandes eventos natalinos como estratégia de atração de turistas em um período em que o brasileiro tradicionalmente viaja e consome, mas com foco crescente em programação gratuita, inclusão de bairros afastados e reocupação de espaços públicos.

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Londrina, por sua vez, mostra como cidades de porte médio também podem se beneficiar desse modelo, criando ícones visuais – como a árvore do Lago Igapó e a passarela de luzes – que ajudam a projetar o município em reportagens nacionais sobre destinos natalinos.

Seja na Serra Gaúcha, no Paraná ou nas montanhas paulistas, o recado é o mesmo: no Brasil, o Natal deixou de ser apenas uma data no calendário e virou, oficialmente, o negócio – e o espetáculo – de transformar cidades inteiras em parques temáticos de fim de ano.

 

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