AVANÇO

Após acordo da Shein, especialista reforça missão do consumidor de cobrar autoridades

Especialista em vendas on-line e marketing analisa cenário de "morde e assopra": 'A pressão das redes sociais e a população de olho nos anúncios do Governo fizeram toda diferença'

Da Reportagem

Publicado em 20/04/2023 às 19:09

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O anúncio de que  as vendas internacionais de ate U$50 seriam taxadas deixou a internet movimentada e a maior parte da população não viu com bons olhos o anúncio / Divulgação / Shein

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A varejista asiátia Shein se comprometeu a nacionalizar, em até quatro anos, 85% de suas vendas pelas plataformas eletrônicas. Isso significa que os produtos vão passar a ser produzidos em solo brasileiro. O anúncio foi feito na manhã desta quinta-feira (20) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad que afirmou que a Shein vai se adequar ao chamado Programa de Conformidade Tributária da Receita Federal. O acordo foi intermediado pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva.

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O acordo foi firmado num vai e vem ocorrido nos últimos dias por parte do governo brasileiro. É que as varejistas brasileiras estão prejudicadas com a alta concorrência de grandes nomes como a Shein, AliExpress e Shoppee e, de acordo com o ministro, algumas marcas estariam se passando por pessoas físicas para mandar encomendas a clientes brasileiros sem cobrança de imposto.

O anúncio de que  as vendas internacionais de ate U$50 seriam taxadas deixou a internet movimentada e a maior parte da população não viu com bons olhos o anúncio. O Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, fez o ministro recuar da decisão. Se a medida fosse executada, produtos enviados para o Brasil por sites como Shopee, Shein e AliExpress passariam a ser taxados em 60% e o repasse iria cair para o bolso do consumidor.

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OLHO ABERTO.
Rafael Henriques, especialista em vendas e lojas on-line e diretor da assessoria de marketing Mamba Digital, explica que "caso entrasse em vigor, o consumidor final seria prejudicado, pois quem vende nos marketplaces sem estoque, apenas redireciona o pedido para um fabricante na China.

E, com certeza, os "dropshipping" iriam repassar qualquer adicional ao cliente. Dropshipping é um sistema em que a empresa intermedia venda entre consumidor e fornecedor. A loja recebe o pedido, gerencia o pagamento, faz todo o atendimento e envia a solicitação para o fornecedor que é o responsável pela preparação e entrega dos itens.

"A solução está na exigência total da nota fiscal, principalmente para quem faz "drop". Isso com certeza vai trazer muito mais benefícios. Não faz sentido, um monte de pessoas físicas se prejudicando por comprarem produtos simples, às vezes bugigangas, e serem taxadas por isso. É totalmente incoerente essa forma de arrecadação. É fundamental que nós, cidadãos, continuemos exercendo nosso papel de acompanhar e cobrar as autoridades. Não podemos aceitar qualquer coisa ou agir só quando algo der errado", afirma Rafael Henriques.

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FISCALIZAÇÃO.
O Governo recuou da medida, mas disse intensificar a fiscalização. Haddad disse que um grupo será criado para estudar práticas internacionais contra a fraude. Mudar regra poderia prejudicar pessoas que agem de boa-fé, afirmou o ministro.

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