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A incrível virada da doceria que saiu da 'falência' para dominar o chocolate no Brasil

A Peccin transformou uma crise em oportunidade ao criar a marca Trento reinventando seu negócio e desafiando gigantes do mercado

Luana Fernandes Domingos

Publicado em 17/11/2025 às 21:50

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A marca Trento nasceu em um momento delicado: por volta de 2010, a Peccin enfrentava queda de receita / Divulgação

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A história da Peccin, empresa que dá vida à Trento, ajuda a entender o tamanho da virada: fundada em 1956 por irmãos da família Pezzin em Erechim (RS), a Peccin começou como uma pequena fábrica de balas artesanais. 

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Ao longo das décadas, se consolidou como uma grande indústria — com 40 mil m² de parque industrial, certificação BRCGS e exportações para cerca de 50 a 60 países. 

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A marca Trento nasceu em um momento delicado: por volta de 2010, a Peccin enfrentava queda de receita causada pela desvalorização do dólar, o que fragilizava seu negócio tradicional de balas. 

A empresa reagiu com ousadia: investiu cerca de R$ 10 milhões para desenvolver um produto mais sofisticado — tubinhos de wafer recheado cobertos por chocolate de verdade. 

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Foram quase dois anos de desenvolvimento, até que surgissem os primeiros protótipos, e a companhia operou no vermelho por três anos enquanto buscava aceitação no varejo. 

Um dos grandes diferenciais da Trento é o teor de cacau: a formulação original usa 38% de sólidos de cacau, bem acima do mínimo exigido por lei no Brasil (25%). 

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Isso reforça a estratégia de posicionar o produto como “chocolate de verdade”, entregando qualidade mesmo com preço competitivo.

A virada decisiva veio com a pandemia: o consumo de chocolate disparou, e a Peccin expandiu a distribuição da Trento (incluindo venda direta por e-commerce), aproveitando para escalar a produção.  Hoje, estima-se que dois terços das vendas da Peccin vêm da linha Trento.

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Com esse sucesso, a Peccin não poupou investimentos: construiu uma nova fábrica em Erechim para dar conta da demanda crescente, e planeja novos aportes para continuar crescendo. 

Segundo a empresa, há planos para investimento de até R$ 250 milhões até 2027, incluindo expansão da planta, novas linhas e distribuição.

No portfólio, a Trento não é mais apenas o sabor clássico de chocolate: hoje são dezenas de variações a Peccin já comercializa versões com avelã, limão, mousse de maracujá, cheesecake de morango, entre outras. 

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A própria empresa afirma que está sempre aberta a inovações e sugestões de consumidores, prometendo novos sabores e embalagens. 

Nas redes sociais, o Trento virou fenômeno: consumidores relatam paixão pelo sabor, crocância e equilíbrio, e a marca se tornou objeto de memes e elogios — uma prova de que a estratégia de “surpreender o consumidor” funcionou. 

Especialistas de mercado destacam que a Peccin acertou ao combinar inovação de produto, bom custo-benefício e gestão ágil, sem depender apenas de grandes campanhas de marketing. 

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Para alguns, a Trento causou incômodo em gigantes do chocolate porque pôs nas gôndolas algo diferente, com qualidade real, a um preço acessível. 

Além disso, a estratégia da Peccin é ambiciosa: a meta de triplicar o faturamento até 2027 passa por consolidar ainda mais a Trento como marca principal da companhia. 

No fim das contas, a Peccin não enxerga a Trento apenas como um produto de linha: para a empresa, ela é o motor da sua ambição de crescimento, símbolo de reinvenção e prova de que, com qualidade e ousadia, é possível desafiar colossos do chocolate mesmo saindo de um segmento totalmente diferente.

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