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Avanço do mar ameaça Maracanã, Copacabana e outros ícones do RJ e do Brasil

Se nenhuma ação for tomada, áreas inteiras de cidades litorâneas podem desaparecer nas próximas décadas, levando consigo patrimônios históricos

Giovana Vicente

Publicado em 08/07/2025 às 12:33

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Copacabana Palace e toda a orla de Copacabana (RJ). Créditos: Climate Central
Copacabana Palace e toda a orla de Copacabana (RJ). Créditos: Climate Central
Estádio do Maracanã (RJ). Créditos: Climate Central
Estádio do Maracanã (RJ). Créditos: Climate Central
Aqueduto da Carioca (RJ): Créditos: Climate Central
Aqueduto da Carioca (RJ): Créditos: Climate Central
Usina do Gasômetro (RS): Créditos: Climate Central
Usina do Gasômetro (RS): Créditos: Climate Central
Centro Histórico de São Luís (MA): Créditos: Climate Central
Centro Histórico de São Luís (MA): Créditos: Climate Central

O mar começa a ocupar espaços onde há presença de mangues, rios e planícies costeiras. Locais como o Farol do Mucuripe, em Fortaleza, e a Ponta da Praia, em Santos, já demonstram vulnerabilidade. A ág / Divulgação: Climate Central

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O Brasil que conhecemos pode mudar — e muito. Não estamos falando de um futuro distante, mas de algo que já começou a acontecer. O avanço do mar, impulsionado pelo aquecimento global e pelas emissões de carbono, ameaça reescrever o mapa do país.

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Se nenhuma ação for tomada, áreas inteiras de cidades litorâneas devem desaparecer nas próximas décadas, levando consigo patrimônios históricos, cartões-postais e parte da identidade brasileira.

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Esse é o alerta do novo estudo da organização internacional Climate Central, que criou um mapa interativo com simulações realistas sobre o impacto da elevação do nível do mar.

A projeção se baseia na hipótese de que os níveis atuais de poluição se mantenham estáveis — mas caso piorem, os efeitos serão ainda mais rápidos e devastadores.

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Veja também que o avanço do mar pode engolir avenidas e bairros históricos da 1ª Cidade do Brasil.

2030: O início do fim para regiões baixas

Já na próxima década, o mar começa a ocupar espaços onde há presença de mangues, rios e planícies costeiras. Locais como o Farol do Mucuripe, em Fortaleza, e a Ponta da Praia, em Santos, já demonstram vulnerabilidade.

A água sobe lentamente, mas com força suficiente para empurrar areia, engolir calçadões e colocar em risco casas e comércios.
2070: Quando o alagamento se torna cotidiano

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O cenário se agrava consideravelmente em 2070. De norte a sul, os danos deixam de ser previsões e passam a ser parte da rotina urbana. Estima-se que bairros inteiros estejam parcial ou totalmente submersos em diversos estados brasileiros.

Entre os locais ameaçados estão:

  • Hipódromo da Gávea (RJ)
  • Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  • Estádio dos Aflitos (PE)
  • Elevador Lacerda (BA)
  • Casa do Maranhão (MA)

A cada ano, mais construções históricas são engolidas pelas águas. O que hoje é um ponto turístico ou um espaço de lazer e cultura, pode se tornar apenas uma lembrança.

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Um estudo mostra também as cidades do litoral que estão com dias contados por avanço do mar.

2150: O Brasil redesenhado pela água

O ano de 2150 marca um ponto crítico. Com a elevação de até 2 metros no nível dos oceanos, mais da metade de algumas cidades costeiras pode desaparecer.

Veja os símbolos do Brasil moderno e do nosso passado estariam debaixo d’água:

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  • Copacabana Palace e toda a orla de Copacabana (RJ)
  • Estádio do Maracanã (RJ)
  • Aqueduto da Carioca (RJ)
  • Usina do Gasômetro (RS)
  • Centro Histórico de São Luís (MA)

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As imagens simuladas pelo Climate Central impressionam: prédios à beira-mar tornam-se ruínas em meio à água; avenidas viram canais; e parte do litoral se transforma em pequenas ilhas.

Ciência, prevenção e alerta global

A Climate Central é uma instituição sem fins lucrativos com sede em Princeton, nos EUA, formada por jornalistas e cientistas. Reconhecida globalmente, a organização cria estudos e modelos que ajudam governos a prever catástrofes e planejar ações de adaptação climática. Suas projeções são usadas em políticas públicas e planos de urbanismo em diversos países.

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Enquanto isso, o Brasil segue atrasado. Mais de 40% da costa brasileira já sofre com erosão, segundo o Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), que recentemente atualizou o Mapa de Risco de Erosão Costeira. A retirada de areia, a urbanização desordenada e a construção de barragens são apenas alguns dos fatores que contribuem para acelerar esse processo.

O que está em jogo?

Mais do que prédios e faixas de areia, o que está prestes a desaparecer é uma parte da história, da cultura e da vida de milhões de brasileiros. O mar está chegando — e não há barreiras que o impeçam, a não ser uma mudança urgente e corajosa na forma como tratamos o planeta.

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