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Brasil lança plano inédito para proteger sistemas de saúde da crise climática na COP30

Iniciativa propõe vigilância, tecnologia e adaptação para preparar sistemas de saúde diante de eventos climáticos extremos

Ana Clara Durazzo

Publicado em 13/11/2025 às 11:45

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Com o lançamento do plano, a expectativa é que delegações de diversos países avaliem e assinem a adesão voluntária / Tânia Rêgo/Agência Brasil

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Esta quinta-feira (13) marcou um dos momentos mais importantes da COP30, realizada em Belém (PA). O Brasil, ao lado de outros quatro países, apresentou um plano de ação inédito que busca criar a primeira agenda global de saúde voltada ao combate à crise climática.

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O documento propõe que sistemas de saúde em todo o mundo se adaptem aos efeitos do aquecimento global — algo considerado urgente diante do aumento de eventos extremos, como ondas de calor, enchentes, secas prolongadas e desastres naturais que pressionam serviços de atenção básica e hospitais.

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Três pilares para preparar os sistemas de saúde

O plano brasileiro será de adesão voluntária e estruturado em três eixos principais:

Vigilância e monitoramento: criação de sistemas que detectem mais rapidamente surtos e doenças agravadas pelo clima, como dengue, malária e infecções respiratórias.

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Implementação de soluções de atendimento: fortalecimento das unidades de saúde para resistirem a desastres ambientais, com estruturas mais seguras, energia estável e logística eficiente em situações de emergência.

Inovação e tecnologia: incentivo a pesquisas, tecnologias limpas, sistemas de alerta e ferramentas de gestão capazes de reduzir riscos e melhorar a resposta a eventos climáticos.

Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a intenção é transformar a saúde em tema central dentro da agenda climática global.

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'Não é possível enfrentar a mudança do clima sem colocar a saúde no centro', afirmou em entrevista.

Padilha também destacou que a iniciativa deve mobilizar outros países e atrair investimentos internacionais para ampliar ações de adaptação.

Um dia movimentado na agenda da Conferência

Além do lançamento do plano, o quarto dia da COP30 teve uma série de atividades de alto nível:

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9h: presidentes da COP29 e COP30 participaram de diálogo sobre transparência climática, um dos pilares dos acordos internacionais.

10h: a Universidade de Exeter (Reino Unido) divulgou a prévia da Estimativa Global de Carbono — que aponta aumento de 1,1% nas emissões provenientes de combustíveis fósseis em 2025, alcançando novo recorde histórico.

18h: o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, se reuniu com o secretário da Convenção-Quadro da ONU e representantes de povos indígenas para discutir participação, salvaguardas e justiça climática.

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Por que a saúde entrou no centro das negociações

A ligação entre clima e saúde nunca foi tão evidente. Temperaturas mais altas, enchentes, queimadas e deslocamentos populacionais já ampliam:

casos de dengue, chikungunya e malária;

internações por doenças respiratórias;

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mortes por ondas de calor;

insegurança alimentar;

contaminação da água e proliferação de vetores.

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O Brasil, com grande biodiversidade e forte desigualdade social, enfrenta desafios expressivos — e busca liderar a criação de um protocolo internacional de adaptação em saúde.

Caminho para os próximos meses

Com o lançamento do plano, a expectativa é que delegações de diversos países avaliem e assinem a adesão voluntária. A medida deve consolidar a saúde como pilar formal das decisões climáticas, algo inédito em três décadas de conferências da ONU.

A COP30 segue até o fim da próxima semana, com negociações sobre financiamento climático, transição energética, proteção da Amazônia e metas de redução de emissões.

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