Com o lançamento do plano, a expectativa é que delegações de diversos países avaliem e assinem a adesão voluntária / Tânia Rêgo/Agência Brasil
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Esta quinta-feira (13) marcou um dos momentos mais importantes da COP30, realizada em Belém (PA). O Brasil, ao lado de outros quatro países, apresentou um plano de ação inédito que busca criar a primeira agenda global de saúde voltada ao combate à crise climática.
O documento propõe que sistemas de saúde em todo o mundo se adaptem aos efeitos do aquecimento global — algo considerado urgente diante do aumento de eventos extremos, como ondas de calor, enchentes, secas prolongadas e desastres naturais que pressionam serviços de atenção básica e hospitais.
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O plano brasileiro será de adesão voluntária e estruturado em três eixos principais:
Vigilância e monitoramento: criação de sistemas que detectem mais rapidamente surtos e doenças agravadas pelo clima, como dengue, malária e infecções respiratórias.
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Implementação de soluções de atendimento: fortalecimento das unidades de saúde para resistirem a desastres ambientais, com estruturas mais seguras, energia estável e logística eficiente em situações de emergência.
Inovação e tecnologia: incentivo a pesquisas, tecnologias limpas, sistemas de alerta e ferramentas de gestão capazes de reduzir riscos e melhorar a resposta a eventos climáticos.
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a intenção é transformar a saúde em tema central dentro da agenda climática global.
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'Não é possível enfrentar a mudança do clima sem colocar a saúde no centro', afirmou em entrevista.
Padilha também destacou que a iniciativa deve mobilizar outros países e atrair investimentos internacionais para ampliar ações de adaptação.
Além do lançamento do plano, o quarto dia da COP30 teve uma série de atividades de alto nível:
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9h: presidentes da COP29 e COP30 participaram de diálogo sobre transparência climática, um dos pilares dos acordos internacionais.
10h: a Universidade de Exeter (Reino Unido) divulgou a prévia da Estimativa Global de Carbono — que aponta aumento de 1,1% nas emissões provenientes de combustíveis fósseis em 2025, alcançando novo recorde histórico.
18h: o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, se reuniu com o secretário da Convenção-Quadro da ONU e representantes de povos indígenas para discutir participação, salvaguardas e justiça climática.
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A ligação entre clima e saúde nunca foi tão evidente. Temperaturas mais altas, enchentes, queimadas e deslocamentos populacionais já ampliam:
casos de dengue, chikungunya e malária;
internações por doenças respiratórias;
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mortes por ondas de calor;
insegurança alimentar;
contaminação da água e proliferação de vetores.
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O Brasil, com grande biodiversidade e forte desigualdade social, enfrenta desafios expressivos — e busca liderar a criação de um protocolo internacional de adaptação em saúde.
Com o lançamento do plano, a expectativa é que delegações de diversos países avaliem e assinem a adesão voluntária. A medida deve consolidar a saúde como pilar formal das decisões climáticas, algo inédito em três décadas de conferências da ONU.
A COP30 segue até o fim da próxima semana, com negociações sobre financiamento climático, transição energética, proteção da Amazônia e metas de redução de emissões.
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