A cidade, que será palco da COP30, já respira o evento global / Divulgação/Mayara Souto/COP30
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Logo na chegada ao aeroporto, quem desembarca em Belém (PA) é recebido por murais coloridos que retratam araras, onças e o lendário Curupira, símbolo da floresta e guardião da natureza.
A cidade, que será palco da COP30, já respira o evento global e exibe nas ruas, feiras e pontos turísticos uma mistura vibrante de arte, cultura e sustentabilidade, expressando o orgulho amazônico em cada detalhe.
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Com longa experiência em receber visitantes de todas as partes do mundo – especialmente durante o Círio de Nazaré, em outubro –, Belém aposta na sua criatividade e na valorização das tradições locais para encantar os participantes da conferência climática.
Nas feiras, ateliês e calçadões, a cidade mostra o que tem de mais autêntico: artesanatos, perfumes de ervas e gastronomia típica, que traduzem a essência do povo paraense.
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No icônico Ver-o-Peso, a maior feira a céu aberto da América Latina, o setor de artesanato ganhou novas cores. Além dos tradicionais souvenirs de Nossa Senhora de Nazaré, agora é possível encontrar canecas, camisetas e cerâmicas pintadas à mão com referências à COP30 e símbolos da Amazônia – como o muiraquitã, a bandeira do Pará, o Curupira e a onça-pintada.
“A gente começou a se preparar no ano passado, focando em peças de cestaria e cerâmica. As lembranças com o tema da COP estão saindo muito, principalmente os bichinhos da floresta como o tucano, a arara, a onça e o Boto Rosa”, conta Luzilena Silva, artesã e proprietária de uma das barracas.
Nos corredores vizinhos ao artesanato, o aroma das ervas amazônicas domina o ambiente. Ali, erveiras tradicionais mantêm viva a sabedoria ancestral por meio de perfumes e banhos de ervas que prometem desde saúde e prosperidade até boas energias para as negociações da COP30.
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A comerciante Maria Iracilda criou um perfume especial em homenagem à conferência, cuja fórmula mantém em segredo.
“Ele tem boas vibrações e representa o nosso Pará. É uma forma de mostrar aos visitantes o poder das nossas ervas e a força da Amazônia”, explica, exibindo um frasco com rótulo da COP30 e líquido esverdeado.
Reconhecida nacionalmente, Beth Cheirosinha lamenta o sucesso de vendas: o banho de ervas da COP30 já havia se esgotado.
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“Quem vem para o evento precisa sentir esse banho, que traz as boas energias do nosso estado. É natural, é da floresta, é de Deus – e funciona!”, afirma.
Entre perfumes e banhos, os óleos de andiroba e copaíba também são destaque nas bancas, por suas propriedades anti-inflamatórias, cicatrizantes e analgésicas. “Estou estocando bastante, porque o pessoal de fora adora levar esses produtos”, diz Beth.
Na culinária, outro orgulho paraense, os sabores amazônicos ganham protagonismo. O peixe frito com açaí, símbolo regional, divide espaço com pratos à base de pirarucu, dourada e filhote.
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“Aumentamos a produção e treinamos a equipe. Temos até funcionária que fala dois idiomas”, conta Leydeane Modesto, que há 27 anos atende no Ver-o-Peso.
Ela também celebra as melhorias estruturais da feira, recentemente revitalizada.
“A reforma foi essencial. Tínhamos muitos problemas com esgoto e energia, e agora está tudo novo. Isso ajuda nas vendas e nas condições de trabalho”, comemora.
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Após o almoço, uma caminhada pela orla do Rio Guamá leva os visitantes à Estação das Docas, onde as sorveterias premiadas internacionalmente conquistam turistas com sabores típicos da floresta.
Para marcar a COP30, um dos estabelecimentos criou uma receita especial que mistura cupuaçu e castanha-do-pará com pistache, representando a união entre culturas.
A cliente Waldineia Mendonça aprovou a novidade.
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“É delicioso e tem o gosto do nosso Pará. O cupuaçu é bem marcante”, disse, indicando também os sabores de açaí, tapioca e bacuri.
Outra sorveteria apostou em uma versão exclusivamente regional.
“Criamos um sabor com base de cumaru, conhecido como a baunilha da Amazônia, com farofa de castanha e geleia de bacuri. Virou um dos preferidos do público”, revela Jaqueline Moraes, funcionária da casa.
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“A culinária paraense é única, como a nossa cultura. Queremos que os visitantes levem na memória o sabor da Amazônia”, completa.
De pratos a perfumes, Belém mostra que está pronta para o desafio de sediar a COP30 – uma conferência que promete unir sabores, cores e saberes em defesa da floresta e do planeta.