O ômega-3 é um tipo de gordura considerada "boa", essencial para o funcionamento do organismo / Pexels
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Uma ampla revisão científica internacional acendeu um alerta sobre a alimentação moderna: a maioria das pessoas consome menos ômega-3 do que o recomendado, um nutriente fundamental para a saúde do coração e do cérebro.
A constatação é da professora Anne Marie Minihane, da Norwich Medical School, no Reino Unido, que liderou uma equipe de pesquisadores em um dos maiores levantamentos já realizados sobre o consumo global de ácidos graxos ômega-3.
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Segundo ela, a deficiência é tão comum que, em casos extremos, pode aumentar significativamente o risco de doenças cardiovasculares.
“Precisamos de formas mais simples e sustentáveis de garantir a ingestão adequada desse nutriente essencial”, afirmou a pesquisadora em entrevista à revista Illustrert Vitenskap.
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O ômega-3 é um tipo de gordura considerada “boa”, essencial para o funcionamento do organismo. Ele ajuda a proteger o coração, reduz o risco de doenças cardiovasculares, fortalece o sistema imunológico e desempenha papel importante no desenvolvimento do cérebro.
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Os principais tipos são:
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ALA, encontrado em alimentos de origem vegetal;
DHA e EPA, conhecidos como ômega-3 de cadeia longa, presentes principalmente em peixes gordurosos.
Salmão, sardinha, arenque, cavala e truta estão entre as principais fontes naturais desses ácidos graxos, frequentemente associados ao consumo de óleo de peixe.
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Os pesquisadores compararam as recomendações oficiais de ingestão de ômega-3 de 100 países com dados reais de consumo, obtidos a partir de grandes estudos internacionais.
Um dos levantamentos analisados reuniu dados de 266 pesquisas alimentares, envolvendo mais de 1,6 milhão de adultos em 113 países.
O resultado foi consistente: em praticamente todo o mundo, a ingestão de ômega-3 está abaixo do nível recomendado.
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A orientação mais comum é que adultos consumam 250 miligramas por dia de EPA e DHA, mas, na prática, a maioria das pessoas não atinge esse patamar.
Na Noruega, por exemplo, a recomendação oficial é consumir entre 300 e 400 gramas de peixe por semana, sendo ao menos 200 gramas de peixes gordurosos — algo distante da realidade alimentar de grande parte da população.
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Segundo Minihane, a principal razão é o baixo consumo de peixes gordurosos. Os motivos variam: dificuldade de acesso, custo elevado ou simplesmente falta de hábito alimentar.
Além disso, em muitos países, preocupações ambientais e de sustentabilidade tornam mais complexa a recomendação de aumento do consumo de pescado. Sem suplementação, alcançar níveis adequados de DHA e EPA pode ser um desafio.
As consequências mais bem documentadas da baixa ingestão de ômega-3 incluem prejuízos ao desenvolvimento cerebral em bebês e aumento do risco de doenças cardiovasculares e demência ao longo da vida.
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A recomendação da especialista é direta: “Coma mais peixes gordurosos ou utilize suplementos de óleo de peixe”, orienta Minihane.
Para vegetarianos e veganos, há alternativas vegetais que fornecem ALA, que pode ser parcialmente convertido pelo organismo:
Linhaça e óleo de linhaça
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Sementes de chia
Sementes e óleo de ahiflower
Nozes e óleo de noz
Óleo de canola
Soja e óleo de soja
A mensagem dos pesquisadores é clara: garantir o consumo adequado de ômega-3 não é apenas uma escolha alimentar, mas uma estratégia essencial de prevenção para a saúde do coração ao longo da vida.