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Alerta: 3 em cada 4 pessoas estão em falta com nutriente essencial presente no peixe

Estudo global revela ingestão insuficiente de ômega-3, gordura vital para o coração, e traz orientações práticas sobre o que comer

Luana Fernandes Domingos

Publicado em 19/12/2025 às 17:00

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O ômega-3 é um tipo de gordura considerada "boa", essencial para o funcionamento do organismo / Pexels

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Uma ampla revisão científica internacional acendeu um alerta sobre a alimentação moderna: a maioria das pessoas consome menos ômega-3 do que o recomendado, um nutriente fundamental para a saúde do coração e do cérebro.

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A constatação é da professora Anne Marie Minihane, da Norwich Medical School, no Reino Unido, que liderou uma equipe de pesquisadores em um dos maiores levantamentos já realizados sobre o consumo global de ácidos graxos ômega-3.

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Segundo ela, a deficiência é tão comum que, em casos extremos, pode aumentar significativamente o risco de doenças cardiovasculares.

“Precisamos de formas mais simples e sustentáveis de garantir a ingestão adequada desse nutriente essencial”, afirmou a pesquisadora em entrevista à revista Illustrert Vitenskap.

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O que é o ômega-3 e por que ele é tão importante?

O ômega-3 é um tipo de gordura considerada “boa”, essencial para o funcionamento do organismo. Ele ajuda a proteger o coração, reduz o risco de doenças cardiovasculares, fortalece o sistema imunológico e desempenha papel importante no desenvolvimento do cérebro.

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Os principais tipos são:

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  • ALA, encontrado em alimentos de origem vegetal;

  • DHA e EPA, conhecidos como ômega-3 de cadeia longa, presentes principalmente em peixes gordurosos.

Salmão, sardinha, arenque, cavala e truta estão entre as principais fontes naturais desses ácidos graxos, frequentemente associados ao consumo de óleo de peixe.

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Consumo global abaixo do recomendado

Os pesquisadores compararam as recomendações oficiais de ingestão de ômega-3 de 100 países com dados reais de consumo, obtidos a partir de grandes estudos internacionais.

Um dos levantamentos analisados reuniu dados de 266 pesquisas alimentares, envolvendo mais de 1,6 milhão de adultos em 113 países.

O resultado foi consistente: em praticamente todo o mundo, a ingestão de ômega-3 está abaixo do nível recomendado.

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A orientação mais comum é que adultos consumam 250 miligramas por dia de EPA e DHA, mas, na prática, a maioria das pessoas não atinge esse patamar.

Na Noruega, por exemplo, a recomendação oficial é consumir entre 300 e 400 gramas de peixe por semana, sendo ao menos 200 gramas de peixes gordurosos — algo distante da realidade alimentar de grande parte da população.

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Por que falta ômega-3 no prato?

Segundo Minihane, a principal razão é o baixo consumo de peixes gordurosos. Os motivos variam: dificuldade de acesso, custo elevado ou simplesmente falta de hábito alimentar.

Além disso, em muitos países, preocupações ambientais e de sustentabilidade tornam mais complexa a recomendação de aumento do consumo de pescado. Sem suplementação, alcançar níveis adequados de DHA e EPA pode ser um desafio.

Riscos para a saúde

As consequências mais bem documentadas da baixa ingestão de ômega-3 incluem prejuízos ao desenvolvimento cerebral em bebês e aumento do risco de doenças cardiovasculares e demência ao longo da vida.

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O que fazer para consumir mais ômega-3?

A recomendação da especialista é direta: “Coma mais peixes gordurosos ou utilize suplementos de óleo de peixe”, orienta Minihane.

Para vegetarianos e veganos, há alternativas vegetais que fornecem ALA, que pode ser parcialmente convertido pelo organismo:

  • Linhaça e óleo de linhaça

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  • Sementes de chia

  • Sementes e óleo de ahiflower

  • Nozes e óleo de noz

  • Óleo de canola

  • Soja e óleo de soja

A mensagem dos pesquisadores é clara: garantir o consumo adequado de ômega-3 não é apenas uma escolha alimentar, mas uma estratégia essencial de prevenção para a saúde do coração ao longo da vida.

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