A maior praia do mundo está no Brasil e continua surpreendendo viajantes

No extremo sul do Brasil, entre o porto de Rio Grande (RS) e a fronteira com o Uruguai, existe uma praia que desafia qualquer senso tradicional de litoral — a Praia do Cassino se estende por centenas de quilômetros e figura entre as faixas de areia contínuas mais longas registradas no planeta. A imensidão, visível desde o espaço, transforma o litoral gaúcho numa paisagem quase surreal: areia, mar e horizonte sem fim.

Um litoral sem fim

De norte a sul, a faixa de areia da Cassino percorre um comprimento que varia conforme os critérios de medição: fontes apontam algo entre 212 km e 254 km de costa ininterrupta. A praia sai dos molhes de acesso ao porto de Rio Grande e vai até o Chuí, já na divisa com o Uruguai — uma extensão rara para os padrões de litoral. Em alguns pontos, a faixa chega a ter mais de 200 metros de largura, ampliando ainda mais a sensação de imensidão e liberdade.

Essa característica faz da Cassino um lugar ideal para quem busca amplitude, isolamento e contato intenso com a natureza — mesmo nos períodos de maior movimento, há trechos quase desertos, com dunas, vento forte e mar aberto.

História, paisagens únicas e turismo de contraste

O balneário da Cassino tem história longa: reconhecido como um dos mais antigos do Brasil, ele combina tradição com natureza quase bruta e contrastes fortes. Quem visita encontra infraestrutura turística — como hotéis, restaurantes e bares — nas partes mais urbanizadas; mas, também, vastas áreas onde o cenário é dominado por areia, mar, vento e silêncio.

Ao mesmo tempo em que se destaca pela vastidão, o litoral de Cassino foge do estereótipo de praias tropicais de mar cristalino e coqueiros: é um litoral sulino, de mar aberto, ondas intensas, clima de vento e fauna de praia costeira — um destino de busca pelo diferente, pelo inesperado e pelo contato autêntico com o litoral gaúcho.

O desafio de cruzar a praia — e sentir sua imensidão

Percorrer a Cassino de ponta a ponta não é tarefa para amadores: cálculos apontam que, a pé, o trajeto levaria mais de 60 horas ininterruptas — ou seja, cerca de três dias sem parar. A areia fofa, a amplitude, o vento e a variação da maré transformam a caminhada em um desafio que mescla resistência, contemplação e respeito pela natureza.

Essa vastidão torna a praia um convite para diferentes experiências: longas caminhadas, travessias de bicicleta, expedições de 4×4 e muitos momentos de solitude — rarefeitos nos litorais mais populares e lotados. Para quem procura imensidão e introspecção, a Cassino oferece algo raro: uma praia quase sem fim.

Entre mito e geografia real

Apesar de amplamente divulgada com o rótulo de “maior praia do mundo”, a extensão da Cassino sofre com o chamado “paradoxo do litoral”: dependendo da precisão da medição e da definição de onde começa e termina uma praia, o comprimento pode variar. Isso torna o título relativo — há quem cite 212 km, outros 254 km — mas, independentemente disso, a Cassino permanece como uma das praias mais extensas do planeta, um símbolo do litoral brasileiro e uma vitrine de natureza em escala gigantesca.

De qualquer forma, a Cassino não passa despercebida: seja pela sua areia sem fim, pelo mar aberto ou pela paisagem selvagem contrastando com a estrutura urbana, ela permanece como cartão de visitas de um litoral diferente — rude, extenso e com alma.