A imagem correu o mundo e despertou o interesse da comunidade científica / Divulgação/Frank Liu
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Nas planícies da Reserva Maasai Mara, no Quênia, uma zebra fugiu completamente do padrão conhecido. Em vez das tradicionais listras pretas e brancas, o animal exibe um corpo coberto por bolinhas brancas sobre um tom marrom-escuro. A peculiar aparência é resultado de uma mutação genética extremamente rara, chamada pseudomelanismo.
O registro da zebra, batizada de Tira, foi feito por um fotógrafo que buscava rinocerontes na região quando se deparou com o animal de aparência inusitada.
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Desde então, a imagem correu o mundo e despertou o interesse da comunidade científica, que tenta compreender os efeitos e as origens dessa variação genética.
Segundo pesquisadores da Universidade da Califórnia (UCLA), cada zebra possui um padrão de listras único, como uma impressão digital.
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No caso de Tira, o que impressiona é a completa substituição das listras por bolinhas, um fenômeno extremamente incomum dentro da espécie.
O pseudomelanismo ocorre quando há uma alteração na distribuição da melanina, pigmento responsável pela coloração da pele e dos pelos.
Em condições normais, as células conhecidas como melanócitos formam as listras simétricas típicas das zebras. No caso de Tira, esse processo foi interrompido durante o desenvolvimento embrionário, o que gerou o padrão pontilhado e irregular.
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Estudos genéticos apontam que, apesar da presença normal dos melanócitos, a melanina não se distribui corretamente, resultando nas manchas brancas em vez de faixas contínuas.
Embora tenha encantado o público e se tornado uma sensação mundial, o futuro de Tira na natureza é incerto. De acordo com especialistas em biologia evolutiva, a coloração fora do padrão pode representar uma desvantagem para sua sobrevivência.
As listras tradicionais das zebras têm funções importantes: confundem predadores, regulam a temperatura corporal e até ajudam a repelir moscas.
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Sem esse contraste visual, Tira pode se tornar mais vulnerável a ataques e a doenças transmitidas por insetos, como a gripe equina.
A diferença também chama mais atenção em meio ao grupo, o que aumenta o risco de ser alvo de predadores. Ainda assim, o caso de Tira tem servido como ponto de partida para novas pesquisas sobre variações genéticas e adaptação animal.
A zebra de bolinhas segue livre em Maasai Mara, símbolo de uma natureza capaz de surpreender até mesmo os cientistas mais experientes, e de lembrar o quanto o mundo natural ainda guarda segredos a serem descobertos.
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