24 de Abril de 2024 • 18:39
Donald Trump afirmou que foi obrigado a demitir Michael Flynn / Associated Press
O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que foi obrigado a demitir Michael Flynn por mentiras a seu vice, Mike Pence, e ao FBI, dando a entender que sabia do falso testemunho de seu ex-assessor à polícia ao dispensá-lo.
A declaração é feita um dia depois que o primeiro conselheiro de Segurança Nacional do republicano ter admitido a mentira em relação aos encontros que teve com pessoas ligadas ao governo da Rússia durante a campanha eleitoral de 2016.
"Eu tive que demitir o general Flynn porque ele mentiu ao vice-presidente e ao FBI. Ele admitiu ter mentido. É triste porque suas ações durante a transição foram legais. Ele não tinha nada a esconder!', declarou, em mensagem no Twitter.
A admissão de Flynn é um desdobramento importante para a investigação sobre as relações entre a equipe de campanha de Trump e o Kremlin e da interferência das autoridades russas para beneficiar o republicano na eleição presidencial.
A mensagem deste sábado, porém, pode complicar a situação do presidente. Ao anunciar a demissão, em fevereiro, a Casa Branca havia dito que Flynn teria mentido só a Pence sobre a reunião com o então embaixador russo, Sergei Kislyak.
Isso pode levar a oposição a pedir o reforço das investigações e alimentar os pedidos de impeachment de Trump. Ele já era acusado de demitir James Comey do cargo de diretor do FBI para estancar a ação policial sobre o possível conluio.
À época, o jornal "The New York Times" chegou a informar que Trump teria pedido a Comey que encerrasse a investigação sobre Flynn, o que caracterizaria obstrução da Justiça. O presidente nega e diz ser vítima de uma "caça às bruxas".
Afastamento
Neste sábado, a equipe que investiga o elo entre a campanha de Trump e o Kremlin para interferir na eleição americana de 2016 confirmou que um agente do FBI foi afastado do grupo após uma troca de mensagens críticas ao presidente.
Peter Strzok foi retirado da equipe assim que as acusações foram feitas, disse Peter Carr, porta-voz do chefe do inquérito, Robert Mueller. Segundo o jornal "The New York Times", o afastamento foi feito no verão no hemisfério Norte.
Strzok também estava na investigação contra Hillary Clinton sobre o uso de e-mails pessoais enquanto ela era secretária de Estado. O afastamento reflete o desejo de evitar criar motivos para acusações de viés ou favorecimento político.
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