O tratamento consiste no uso do fármaco dostarlimab / Freepik
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Um tratamento inovador com imunoterapia, aplicado em Nova Iorque, nos Estados Unidos, trouxe esperança ao mundo da oncologia ao curar 84 pacientes com câncer avançado.
A pesquisa, liderada pelos oncologistas Andrea Cercek e Luis Alberto Díaz, acompanhou 103 pessoas submetidas ao tratamento e obteve resultados surpreendentes.
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Cinco anos após o início dos testes, os especialistas afirmam que há casos em que já se pode falar em cura.
Dos pacientes tratados, 49 tinham câncer retal e, em todos esses casos, os sinais da doença desapareceram completamente.
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Entre os outros 54 pacientes com tumores em órgãos como esôfago, estômago, cólon, fígado, bexiga, útero e próstata, aproximadamente dois terços apresentaram eliminação total dos tumores, segundo informações divulgadas pelo jornal El País. Esses dados demonstram a eficácia do método mesmo em tipos variados de câncer.
O tratamento consiste no uso do fármaco dostarlimab, um anticorpo inicialmente desenvolvido em ratos e geneticamente modificado para uso em humanos.
Esse anticorpo age inibindo a proteína PD-1, que funciona como um “freio” do sistema imunológico. Ao bloquear essa proteína, o organismo é capaz de identificar e combater com mais eficiência as células tumorais.
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A base dessa terapia remonta à descoberta do cientista japonês Tasuku Honjo, em 1992, sobre o funcionamento da proteína PD-1.
Sua pesquisa, que salvou milhões de vidas, foi reconhecida com o Prêmio Nobel em 2018. No caso recente em Nova Iorque, os médicos do Centro Oncológico Memorial Sloan Kettering utilizaram dostarlimab especificamente em pacientes com uma mutação genética que os torna especialmente sensíveis a esse tipo de inibidor.
Segundo o oncologista Luis Alberto Díaz, os resultados foram espetaculares. Ele destacou que quatro dos pacientes permanecem sem sinais da doença há mais de cinco anos, o que permite, com segurança, falar em cura.
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Embora o tratamento com dostarlimab ainda tenha um custo elevado, estimado em cerca de R$ 318 mil, ele já é aprovado nos Estados Unidos para o combate ao câncer de endométrio e pode representar uma nova era no tratamento de tumores resistentes.