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Telescópio mais potente do mundo está prestes a desvendar um dos maiores enigmas da astronomia

Novas imagens de altíssima resolução estão colocando a ciência mais perto de resolver um enigma que desafia astrônomos há meio século

Ana Clara Durazzo

Publicado em 07/12/2025 às 19:00

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O novo telescópio solar usa instrumentos extremamente sensíveis que analisam a luz e o campo magnético do Sol em alta resolução / ImagefX

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Um dos maiores mistérios da astronomia começou a ser desvendado graças ao telescópio solar mais potente do mundo, capaz de enxergar detalhes do Sol que nunca haviam sido observados.

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A grande pergunta é: por que a coroa solar, a camada mais externa do Sol, chega a milhões de graus, enquanto a superfície tem 'apenas' alguns milhares?

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Por que esse mistério existe

Pela lógica, conforme nos afastamos do interior de uma estrela, a temperatura deveria diminuir. No Sol, acontece o oposto. A coroa, que está mais longe do centro, é muito mais quente do que a superfície visível.

Isso significa que existe algum mecanismo extra que leva energia até essa região — e é justamente isso que os astrônomos tentam descobrir há décadas.

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As duas principais explicações são:

Ondas magnéticas carregam energia da superfície até a coroa;

Reconexões magnéticas, fenômenos explosivos que liberam energia repentinamente.

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Mas faltavam imagens e medições detalhadas para confirmar essas hipóteses. Agora, isso começou a mudar.

O que o telescópio mais potente está descobrindo

O novo telescópio solar usa instrumentos extremamente sensíveis que analisam a luz e o campo magnético do Sol em alta resolução. Com isso, os cientistas conseguiram observar sinais claros de um tipo especial de onda chamada onda de Alfvén, que viaja pelo plasma solar como se fossem torções em cordas de energia.

Essas ondas:

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carregam energia ao longo das linhas do campo magnético,

podem se transformar em calor quando chegam à coroa,

contribuem para o vento solar — o fluxo de partículas que o Sol envia ao espaço.

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Antes, essas ondas eram invisíveis. Agora, graças ao telescópio, elas se tornaram observáveis.

Como o telescópio consegue ver tudo isso?

Ele combina três tipos de observações:

Imagens muito detalhadas, capazes de registrar estruturas solares minúsculas;

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Espectros de luz, que mostram movimentos do plasma;

Mapas de campo magnético em diferentes regiões do Sol.

Depois, os astrônomos comparam essas observações com simulações feitas no computador para entender como o plasma solar realmente se comporta.

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Por que isso importa para a Terra

A coroa solar é o ponto de origem do vento solar, que pode causar tempestades geomagnéticas — fenômenos capazes de afetar:

satélites,

GPS,

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comunicações,

redes elétricas.

Compreender como a coroa é aquecida ajuda a melhorar as previsões de clima espacial, algo essencial para proteger tecnologias modernas.

Além disso, entender esse processo ajuda na pesquisa de fusão nuclear, uma possível fonte de energia limpa para o futuro.

Estamos mais perto de resolver o enigma

Com o avanço dos telescópios solares, os cientistas finalmente têm dados suficientes para se aproximar da resposta. O que antes parecia impossível de observar — ondas, torções e movimentações minúsculas no plasma solar — agora está sendo visto em detalhes.

E cada nova imagem pode estar revelando a peça que faltava para explicar por que o Sol se comporta de maneira tão surpreendente.

A solução de um dos maiores mistérios da astronomia pode estar mais próxima do que nunca.

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