X

Mundo

'Protecionismo não é a resposta', diz Merkel em Davos, em recado a Trump

"A Alemanha deseja ser um país que ajude a resolver junto com os outros os problemas do mundo. Acho que nos isolar não nos levará a um bom futuro.", afirmou a líder alemã

Folhapress

Publicado em 24/01/2018 às 20:32

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

A chanceler alemã discursou nesta quarta-feira (24) no Fórum Econômico Mundial, em Davos / Laura Kotila/Finnish Government/Fotos Públicas

A chanceler alemã Angela Merkel voltou a defender soluções multilaterais como resposta aos conflitos globais em seu discurso nesta quarta-feira (24) no Fórum Econômico Mundial, em Davos.

Em um recado ao presidente americano, Donald Trump, Merkel afirmou que "o protecionismo não é a resposta certa". "A Alemanha deseja ser um país que ajude a resolver junto com os outros os problemas do mundo. Acho que nos isolar não nos levará a um bom futuro."

Ao abordar a crise política na União Europeia em meio à ascensão do populismo e de Trump, Merkel retomou uma posição que expressou no ano passado: "Precisamos [europeus] tomar nosso destino em nossas próprias mãos".

"A Europa, em sua política externa, não tem sido tão ativa. Dependemos muito dos Estados Unidos em termos de segurança, mas agora eles estão concentrados em si mesmos. Tudo isso precisa nos ensinar uma lição", afirmou a líder alemã.

"Precisamos assumir mais responsabilidades, isso é o que fizemos ao forjar essa nova cooperação em defesa", defendeu a chanceler, que salientou a necessidade de um esforço comum da UE em proteger suas fronteiras.

Merkel disse ainda que "essa política externa europeia comum ainda não foi desenvolvida suficientemente". "Se nós, 27 Estados-membros, não formos capazes de mandar um sinal unificado para grandes países como Índia, China e Estados Unidos, se a política externa for feita nacionalmente e tentarmos ser um player global, vamos falhar."

"Temos muito orgulho da nossa liberdade de movimento, é ótimo não precisar olhar seu passaporte, mas não pensamos direito a questão da segurança", lembrou a chanceler.

Segundo ela, "desde o Império Romano e a Muralha da China, apenas nos fechar para dentro não ajuda. Precisamos de uma boa cooperação com nossos parceiros e vizinhos". "Foi isso que fizemos", completou, "quando fechamos parcerias com a África e o tratado com a Turquia".

O acordo com os turcos foi firmado para conter o fluxo de imigrantes ilegais na União Europeia e determina que eles sejam devolvidos à Turquia se desembarcarem na Grécia vindos da costa turca.

Em relação à crise econômica na zona do euro, Merkel disse: "Não deixamos completamente a crise do euro para trás, mas acredito que enfrentamos ela bem. Hoje a economia cresce em quase todos os países europeus".

"Temos uma moeda comum mas não refletimos sobre o que acontece quando ela entra em perigo. Agora estamos olhando mais de perto as fundações disso."
Ela não deixou de citar que a economia alemã cresceu pelo 11º ano consecutivo em 2017. "Isso não acontecia desde os anos 1950."

'BREXIT'

Sobre a saída britânica da UE, Merkel afirmou que "lamenta que o Reino Unido não será mais membro", mas disse que deseja "uma grande parceria com os britânicos". "Está na mão deles o quão próxima vai ser essa parceria."

Ela lembrou ainda sua relação estratégica com o presidente francês, Emmanuel Macron. "Com a eleição de Macron, houve um novo ímpeto que nos fortaleceu."

NOVO GOVERNO

Merkel também falou sobre as negociações de um novo governo na Alemanha, que está sem uma coalizão desde a eleição de 24 de setembro, no mais longo impasse político desde o fim da Segunda Guerra, em 1945.

"Obviamente é essencial que formemos um governo rapidamente na Alemanha", disse a chanceler. Seu partido, a conservadora CDU (União Cristã-Democrata), deve se aliar novamente aos sociais-democratas, que aprovaram no último domingo (21) um pré-acordo.

Questionada pelo presidente executivo do fórum, Klaus Schwab, sobre o que aprendeu nos últimos meses de negociações, Merkel respondeu que "a paciência provou ser essencial". Sua primeira tentativa, uma coalizão com os liberais e o Partido Verde, falhou dois meses após a eleição. "Uma coisa ficou clara para mim, as pessoas querem um governo estável."

Apoie o Diário do Litoral
A sua ajuda é fundamental para nós do Diário do Litoral. Por meio do seu apoio conseguiremos elaborar mais reportagens investigativas e produzir matérias especiais mais aprofundadas.

O jornalismo independente e investigativo é o alicerce de uma sociedade mais justa. Nós do Diário do Litoral temos esse compromisso com você, leitor, mantendo nossas notícias e plataformas acessíveis a todos de forma gratuita. Acreditamos que todo cidadão tem o direito a informações verdadeiras para se manter atualizado no mundo em que vivemos.

Para o Diário do Litoral continuar esse trabalho vital, contamos com a generosidade daqueles que têm a capacidade de contribuir. Se você puder, ajude-nos com uma doação mensal ou única, a partir de apenas R$ 5. Leva menos de um minuto para você mostrar o seu apoio.

Obrigado por fazer parte do nosso compromisso com o jornalismo verdadeiro.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Cotidiano

Anchieta e Imigrantes têm lentidão para quem vai subir ou descer; veja trechos

O tempo está encoberto com chuva em pontos isolados, neblina no topo de serra e Interligação, onde a visibilidade é parcial

Coluna

Professores de Santos lutam por reajuste salarial e outros assuntos

Comissão da Câmara dos Deputados aprova projeto de lei que prevê transporte porta a porta gratuito para pessoas com severa dificuldade de locomoção

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter