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Patrocinadores abandonam montagem de Shakespeare por retratar Trump

A peça estreia na noite desta segunda (12) no teatro Delacorte, no Central Park

Folhapress

Publicado em 13/06/2017 às 00:30

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O Bank of America e a empresa de aviação Delta anunciaram a retirada de seu apoio financeiro ao Public Theater / Associated Press

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Por Nelson de Sá

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O Bank of America e a empresa de aviação Delta anunciaram a retirada de seu apoio financeiro ao Public Theater, em Nova York, por causa de uma montagem de "Júlio César" em que o personagem-título remete ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

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Na tragédia shakespearina, que é baseada no relato de Plutarco, o político romano tenta tomar o poder e é assassinado no terceiro ato, na metade da apresentação. A cena levou a uma campanha on-line de grupos pró-Trump, estimulada por Fox News e "Breibart", entre outros veículos.

A peça estreia na noite desta segunda (12) no teatro Delacorte, no Central Park, onde acontece o tradicional festival de verão Shakespeare in the Park.

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A empresa aérea se justificou em nota: "A encenação violenta de 'Júlio César' no Shakespeare in the Park não reflete os valores da Delta. Sua direção artística e criativa passou do limite nos padrões de bom gosto."

Também o banco: "O Bank of America apoia programas de artes ao redor do mundo, inclusive uma parceria de 11 anos com o Public. O teatro decidiu apresentar 'Júlio César' de forma que visa provocar e ofender".

O diretor do Public, Oskar Eustis, afirmou que "qualquer um que assistir à nossa montagem de 'Júlio César' vai perceber que ela de maneira nenhuma advogada violência contra quem quer que seja".

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Pelo contrário, diz Eustis, "pode ser lida como uma parábola de alerta, de que lutar contra o tirano não significa imitá-lo".

Outros patrocinadores, como Time Warner e "The New York Times", seguem apoiando financeiramente o Public.

Do "NYT", em nota: "Apoiamos o Shakespeare in the Park há 20 anos. Como instituição que acredita na liberdade de expressão para as artes assim como para a mídia, apoiamos o direito do Public de encenar a produção como eles quiserem."

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