O artigo também acusa Trump de instrumentalizar agências governamentais para intimidar opositores / Reprodução/Twitter/Jair Bolsonaro
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Um artigo assinado pelos professores Steven Levitsky, de Harvard, e Filipe Campante, publicado no jornal norte-americano The New York Times, destacou que o Brasil conseguiu responsabilizar Jair Bolsonaro pelos crimes da chamada “trama golpista”, enquanto os Estados Unidos fracassaram em punir Donald Trump após os ataques ao Capitólio em 2021.
Para os autores, a atuação firme das instituições brasileiras serve de exemplo ao mundo e expõe a fragilidade da democracia americana.
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Segundo o texto, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de condenar um ex-presidente que tentou anular as eleições mostra que a democracia brasileira não foi tratada como algo garantido.
Os ministros, afirmam os autores, se basearam em evidências robustas da Polícia Federal, que apontaram conspiração de Bolsonaro e aliados militares para impedir a posse do presidente Lula após os atos de 8 de janeiro de 2023.
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Levitsky e Campante ressaltam que, enquanto o Brasil avançou ao punir um ex-chefe de Estado, os Estados Unidos falharam ao não responsabilizar Trump pelo incentivo à invasão do Capitólio.
Para eles, as instituições americanas perderam a oportunidade de defender a própria democracia, permitindo que o atual presidente cruzasse “a linha do autoritarismo competitivo” em seu segundo mandato.
O artigo também acusa Trump de instrumentalizar agências governamentais para intimidar opositores, jornalistas e instituições, além de desrespeitar a Constituição.
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Os autores afirmam que as sanções impostas pelos EUA ao ministro Alexandre de Moraes e ao Brasil lembram práticas antidemocráticas da Guerra Fria, quando Washington tentava intervir em governos latino-americanos.
Para os especialistas, democracias não sobrevivem sem defesa ativa. Eles lembram o avanço de regimes autoritários na Europa entre as décadas de 1920 e 1930 como exemplo do preço da passividade.
O caso brasileiro, dizem, mostra que instituições fortes podem conter ameaças, mas também expõe como movimentos autoritários ainda tentam enfraquecer governos eleitos.
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