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Ondas de 20 metros são registradas no oceano e preocupação com cidades litorâneas aumenta

Cientistas acompanharam o percurso dessas agitações marítimas por 24 mil quilômetros

Jeferson Marques

Publicado em 20/10/2025 às 17:37

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Ondas gigantes no meio do oceano são capturadas por satélites / Imagem gerada por IA

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Durante a tempestade Eddie, registrada entre 21 de dezembro de 2024 e 6 de janeiro de 2025, satélites da Agência Espacial Europeia (ESA) captaram imagens impressionantes de ondas oceânicas com cerca de 20 metros de altura — o equivalente ao tamanho do Arco do Triunfo, em Paris. Foi o maior conjunto de ondas já medido do espaço, revelando o poder e a energia que os mares podem concentrar em condições extremas.

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Essas ondas gigantes, conhecidas como swells, funcionam como mensageiras das tempestades que as originam. Mesmo quando o temporal ocorre longe da costa, elas podem viajar milhares de quilômetros até atingir outras regiões do planeta. Essa propagação leva consigo uma imensa quantidade de energia, capaz de causar impacto em áreas costeiras a milhares de quilômetros de distância do centro da tempestade.

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O trabalho foi liderado pelo pesquisador Fabrice Ardhuin, do Laboratório de Oceanografia Física e Espacial da França, e contou com dados coletados por diferentes missões — entre elas, o satélite SWOT, fruto da parceria entre França e Estados Unidos, e o projeto europeu CCI Sea State.

A análise também utilizou informações de outros satélites, como SARAL, Jason-3, Sentinel-3A e 3B, Sentinel-6 Michael Freilich, CryoSat e CFOSAT. Juntos, esses sistemas permitiram mapear com precisão o comportamento das ondas durante a tempestade.

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Os cientistas acompanharam o deslocamento do swell ao longo de 24 mil quilômetros, desde o Pacífico Norte até o Atlântico tropical. Essa viagem monumental serviu para validar modelos numéricos de ondas em situações extremas e revelou que a energia oceânica não está necessariamente nas maiores ondas, mas naquelas mais curtas e dominantes, que se propagam por longas distâncias e mantêm seu poder por semanas.

Impacto

Embora fenômenos dessa magnitude sejam raros — ocorrem, em média, uma vez a cada década —, os especialistas alertam que o aquecimento global pode estar tornando essas tempestades mais intensas e frequentes. A combinação entre ventos mais fortes, alterações no relevo submarino e o aumento da temperatura dos oceanos cria condições ideais para a formação de ondas colossais. Por isso, entender esses eventos é fundamental para aprimorar os sistemas de monitoramento e reduzir riscos para comunidades costeiras.

O satélite SWOT, usado na pesquisa, representa um salto tecnológico no estudo das ondas oceânicas. Ele combina altimetria por radar e imagens de grande largura, o que permite detectar ondulações de apenas 3 centímetros até formações que ultrapassam 1.400 metros de comprimento — dimensões que antes passavam despercebidas pelos sensores espaciais.

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