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O ser vivo mais antigo da Grécia ainda floresce e produz azeitonas há 4 milênios

A Oliveira de Vouves fica localizada na pequena vila de Ano Vouves, a cerca de 30 quilômetros da cidade de Chania

Ana Clara Durazzo

Publicado em 11/11/2025 às 15:11

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Mais do que uma atração turística, a Oliveira de Vouves é símbolo de sabedoria, longevidade e renovação / ImageFX

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No coração do Mediterrâneo, na ilha grega de Creta, uma árvore milenar desafia o tempo e as civilizações. Trata-se da Oliveira de Vouves, localizada na pequena vila de Ano Vouves, a cerca de 30 quilômetros da cidade de Chania.

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Com uma idade estimada em 4.000 anos, ela é considerada uma das oliveiras mais antigas do mundo e, surpreendentemente, ainda produz frutos.

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Um monumento vivo

A árvore pertence à espécie Olea europaea L. e testemunhou o passar de impérios, guerras e revoluções — do período minoico e micênico à era romana e otomana.

Apesar da idade impressionante, a Oliveira de Vouves não é apenas uma relíquia: ela continua biologicamente ativa, com copas verdes e novos brotos a cada ano.

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A produção média é de cerca de 150 quilos de azeitonas por ano, todas plenamente comestíveis. Seu tronco, de 4,6 metros de diâmetro e 12,5 metros de altura, impressiona pela forma retorcida e pela aparência de escultura natural — resultado de séculos de adaptação às condições climáticas do Mediterrâneo.

Reconhecendo seu valor histórico e ecológico, o governo grego declarou a oliveira Monumento Natural em 1997, transformando o local em um dos pontos turísticos mais visitados de Creta, com cerca de 20 mil visitantes anuais.

Símbolo de sabedoria e resistência

Mais do que uma atração turística, a Oliveira de Vouves é símbolo de sabedoria, longevidade e renovação — qualidades tradicionalmente associadas à oliveira na cultura grega.

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Seu núcleo original se deteriorou há séculos, mas a árvore se manteve viva graças a um mecanismo natural de regeneração: novas ramificações se formam continuamente, alimentadas por tecidos vivos nas bordas do tronco.

O fascínio que desperta vai além da botânica. Em 2004, durante os Jogos Olímpicos de Atenas, ramos da oliveira foram usados para confeccionar a coroa do vencedor da maratona, conectando o símbolo vivo às origens da tradição esportiva grega.

'Ela é um testemunho do que há de mais duradouro na relação entre o ser humano e a natureza', resume um dos guias do local.

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Visita e Museu da Oliveira de Vouves

A vila de Ano Vouves, onde se encontra a oliveira milenar, é cercada por colinas suaves e plantações de oliveiras que compõem uma paisagem tipicamente mediterrânea.
Ao lado da árvore, foi inaugurado em 2009 o Museu da Oliveira de Vouves, que complementa a experiência dos visitantes.

Com entrada de 3 euros (menores não pagam), o museu abriga exposições sobre a história da olivicultura em Creta, antigas prensas de azeite, ferramentas tradicionais e fotografias históricas que retratam o vínculo do povo cretense com o azeite — produto que moldou a economia e a identidade da região há milênios.

O espaço também oferece workshops de degustação e demonstrações de prensagem artesanal, tornando a visita uma experiência sensorial e educativa.

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Curiosidades sobre a Oliveira de Vouves

Além de sua beleza singular e do valor histórico que carrega, a Oliveira de Vouves impressiona também pelos números que contam sua trajetória milenar. Estima-se que a árvore tenha cerca de 4.000 anos, o que a torna uma das mais antigas ainda vivas no planeta. Com 12,5 metros de altura e um tronco de 4,6 metros de diâmetro, ela exibe uma imponência que reflete sua resistência ao tempo e às adversidades naturais.

Mesmo após tantos séculos, a oliveira continua biologicamente ativa e produtiva, rendendo aproximadamente 150 quilos de azeitonas por ano, todas plenamente comestíveis. Reconhecida oficialmente como Monumento Natural desde 1997, a árvore atrai cerca de 20 mil visitantes anualmente, que viajam a Creta para admirar de perto esse símbolo vivo da história do Mediterrâneo.

Um legado enraizado no tempo

Testemunha silenciosa de civilizações inteiras, a Oliveira de Vouves é mais do que um símbolo de Creta — é um lembrete poderoso da resiliência da natureza e da longevidade da cultura mediterrânea.
Entre turistas, estudiosos e curiosos, sua sombra abriga uma mensagem que atravessa milênios: a vida, quando enraizada, pode desafiar até o tempo.

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