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O dia em que a Antártida perder o gelo: como seria o continente sem sua camada branca

Mapas digitais revelam o relevo escondido sob o gelo antártico e ajudam cientistas a prever os impactos do aquecimento global

Luna Almeida

Publicado em 05/11/2025 às 22:43

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Por baixo da imensidão branca da Antártida, há um relevo complexo e acidentado / Freepik/jannoon028

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A Antártida, coberta por uma espessa camada de gelo em 98% de sua extensão, esconde um terreno de montanhas, vales e planícies submersas que raramente foram vistos. 

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Com os avanços nas tecnologias de imagem, cientistas conseguiram, pela primeira vez, traçar um retrato preciso de como seria o continente mais gelado do planeta caso o gelo derretesse completamente – um cenário que, segundo pesquisas recentes, pode se tornar realidade nas próximas gerações.

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Por baixo da imensidão branca, há um relevo complexo e acidentado, formado por cadeias montanhosas e desfiladeiros profundos. 

O modelo Bedmap2, criado em 2013 a partir de dados da NASA e do British Antarctic Survey, permitiu visualizar detalhes do leito rochoso com precisão inédita, utilizando informações de satélites, aeronaves e levantamentos terrestres.

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Um continente escondido sob o gelo

Embaixo de suas geleiras, há terrenos irregulares e até regiões abaixo do nível do mar / Centro de Voos Espaciais Goddard da NASA/Reprodução
Embaixo de suas geleiras, há terrenos irregulares e até regiões abaixo do nível do mar / Centro de Voos Espaciais Goddard da NASA/Reprodução
Entender o que há sob o continente é fundamental para prever como o aumento da temperatura global / Freepik/wirestock
Entender o que há sob o continente é fundamental para prever como o aumento da temperatura global / Freepik/wirestock
Estudos climáticos indicam que o derretimento do gelo da Antártida é uma questão de tempo / Freepik/bublikhaus
Estudos climáticos indicam que o derretimento do gelo da Antártida é uma questão de tempo / Freepik/bublikhaus
Os dados levantados mostram que a Antártida abriga 27 milhões de quilômetros cúbicos de gelo / Freepik/wirestock
Os dados levantados mostram que a Antártida abriga 27 milhões de quilômetros cúbicos de gelo / Freepik/wirestock
Por baixo da imensidão branca da Antártida, há um relevo complexo e acidentado / Freepik/jannoon028
Por baixo da imensidão branca da Antártida, há um relevo complexo e acidentado / Freepik/jannoon028

As descobertas revelaram uma Antártida muito diferente da imagem congelada que se tem dela. Embaixo de suas geleiras, há terrenos irregulares e até regiões abaixo do nível do mar.

Recentemente, um robô descobriu até mesmo um ecossistema escondido sob o gelo da região.

O ponto mais profundo identificado está sob a geleira Byrd, com 2.870 metros abaixo do nível do mar, considerado o local mais baixo de qualquer placa continental conhecida.

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Os pesquisadores descrevem o subsolo antártico como uma paisagem dinâmica, moldada por montanhas e vales que influenciam diretamente o comportamento do gelo. 

A forma do relevo, segundo especialistas, interfere na forma como as geleiras se movem e no ritmo em que o derretimento ocorre.

O futuro do gelo antártico

Estudos climáticos indicam que o derretimento do gelo da Antártida é uma questão de tempo. Modelos mais recentes sugerem um processo gradual nas próximas décadas, com forte aceleração após 2100. 

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Já simulações mais pessimistas apontam que o gelo do Ártico – e possivelmente parte do antártico – pode desaparecer ainda nesta década.

Entender o que há sob o continente é fundamental para prever como o aumento da temperatura global e o avanço do nível do mar afetarão o planeta. 

O Bedmap2 forneceu informações cruciais para essa análise, e uma versão ainda mais detalhada, o Bedmap3, está em desenvolvimento para aprimorar a compreensão sobre o subsolo gelado.

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O impacto global do derretimento

Os dados levantados mostram que a Antártida abriga 27 milhões de quilômetros cúbicos de gelo. 

Se essa massa congelada se derretesse completamente, o nível do mar poderia subir cerca de 58 metros, o suficiente para alterar drasticamente a geografia do planeta e provocar consequências devastadoras para cidades costeiras.

Para os cientistas, compreender o relevo escondido sob o gelo é essencial não apenas para desvendar o passado geológico da Terra, mas também para prever o futuro de um mundo em aquecimento.

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O que hoje parece um cenário distante já é considerado, por muitos especialistas, uma ameaça real e cada vez mais próxima.

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