O avanço recente é puxado principalmente por uma variante genética do influenza A (H3N2) que passou a se espalhar com mais velocidade a partir de agosto / ImageFX
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta para a próxima temporada de gripe, prevista para o fim de 2025 e começo de 2026, após observar aumento na circulação do vírus influenza em diferentes partes do mundo.
O avanço recente é puxado principalmente por uma variante genética do influenza A (H3N2) que passou a se espalhar com mais velocidade a partir de agosto.
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Identificada como subclado 'K' — também descrita como J.2.4.1 —, a variante virou assunto em manchetes e redes sociais, onde o termo 'gripe K' ganhou força. A OMS, no entanto, reforça que não se trata de um vírus novo, e sim de uma evolução esperada do H3N2, conhecido por sofrer mudanças frequentes.
Até agora, a entidade afirma que os dados epidemiológicos disponíveis não indicam aumento de gravidade associado ao subclado K. Ainda assim, descreve a expansão como uma “evolução notável”, justamente pela rapidez com que a variante começou a aparecer em amostras sequenciadas ao redor do mundo.
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O timing é um dos pontos de preocupação: o crescimento coincide com a chegada do inverno no Hemisfério Norte, período em que tradicionalmente sobem os casos de gripe e de outras infecções respiratórias — cenário que pode pressionar sistemas de saúde.
O alerta se apoia principalmente na aceleração da detecção do subclado desde agosto de 2025, com base em dados de sequenciamento compartilhados globalmente. Na Europa, a OMS observou início antecipado da temporada, medido pelo aumento de positividade em testes e pela predominância do influenza A (H3N2) tanto na atenção primária quanto em hospitais.
Em outras regiões, o padrão é descrito como heterogêneo: no Hemisfério Sul, há locais com temporadas mais longas do que o habitual, enquanto áreas tropicais costumam apresentar circulação mais contínua ao longo do ano.
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Segundo as informações reunidas no alerta, não há registro da circulação da variante K na América do Sul até o momento, mas especialistas consideram a chegada ao Brasil uma possibilidade real, especialmente com o aumento de deslocamentos internacionais durante o período de férias.
A OMS cita o papel do Global Influenza Surveillance and Response System (GISRS), rede com mais de 160 instituições em 131 países, que monitora o influenza ao longo do ano e ajuda a identificar padrões de expansão e alterações relevantes.
Mesmo em um ano marcado por mudanças genéticas do vírus, a OMS reforça que a vacinação anual permanece como uma das medidas mais eficazes de saúde pública, sobretudo para quem tem maior risco de complicações e para profissionais de saúde.
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A entidade menciona estimativas iniciais de efetividade para reduzir hospitalizações, com variações por idade e região — e alerta que a cobertura vacinal pode ser um ponto crítico.
A maioria das pessoas tende a se recuperar em cerca de uma semana sem necessidade de atendimento médico, mas a OMS lembra que a gripe pode levar a complicações graves, com maior risco para crianças pequenas, idosos, gestantes e pessoas com comorbidades. Profissionais de saúde também entram no grupo de atenção por maior exposição e risco de transmissão.
A OMS não recomenda restrições de viagem ou comércio. O foco está em medidas clássicas, em duas frentes: reforço de vigilância e preparação dos sistemas de saúde, e proteção individual/coletiva — com vacinação para grupos prioritários, higiene das mãos, etiqueta respiratória e, quando houver sintomas, evitar contato próximo e considerar máscara em ambientes sensíveis
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