Segundo a OMM, o calor acumulado pelo CO e outros gases intensifica fenômenos meteorológicos extremos, como ondas de calor, secas, enchentes e tempestades mais violentas / Freepik
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A Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu um alerta global nesta quarta-feira (15) sobre o avanço acelerado da crise climática. Segundo relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), a concentração de dióxido de carbono (CO) na atmosfera registrou em 2024 o maior aumento desde o início das medições modernas, em 1957, atingindo um nível sem precedentes.
Além do CO, os outros dois principais gases do efeito estufa — o metano (CH) e o óxido nitroso (NO) — também bateram recordes históricos. O resultado, segundo o relatório, é uma intensificação do aquecimento global e o aumento da frequência e severidade dos eventos climáticos extremos.
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De acordo com a OMM, o aumento é resultado direto das emissões contínuas de origem humana, somadas à intensificação dos incêndios florestais e à redução da capacidade de absorção de carbono por parte dos oceanos e ecossistemas terrestres.
Essa perda de eficiência natural no sequestro de CO cria, segundo a ONU, um “círculo vicioso climático”: quanto mais o planeta aquece, menos os ecossistemas conseguem reter carbono, o que, por sua vez, aumenta ainda mais a concentração de gases na atmosfera.
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'Em 2024, a concentração de dióxido de carbono atingiu um novo máximo. É o maior aumento desde o início das medições modernas em 1957', destacou o relatório.
O documento também confirma que 2024 foi o ano mais quente já registrado, superando o recorde anterior, de 2023.
Segundo a OMM, o calor acumulado pelo CO e outros gases intensifica fenômenos meteorológicos extremos, como ondas de calor, secas, enchentes e tempestades mais violentas.
'O calor retido pelos gases do efeito estufa amplifica as condições climáticas e ameaça a segurança global', afirmou Ko Barrett, secretária-geral adjunta da OMM.
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'É fundamental reduzir as emissões — não apenas pelo nosso clima, mas pela nossa segurança econômica e o bem-estar das populações', completou.
O relatório da ONU reforça o consenso científico de que o tempo para evitar os piores cenários da crise climática está se esgotando. Mesmo com compromissos assumidos no Acordo de Paris, as emissões globais continuam crescendo e afastam o mundo da meta de limitar o aquecimento a 1,5°C.
A OMM pede ações urgentes, coordenadas e sustentáveis, incluindo a transição para energias limpas, o fim dos subsídios a combustíveis fósseis e o fortalecimento de políticas de adaptação e mitigação climática.
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O novo relatório da ONU é mais do que um diagnóstico — é um chamado à ação global. O aumento recorde de gases do efeito estufa e a escalada das temperaturas mostram que a crise climática não é um problema futuro, mas presente, exigindo respostas rápidas de governos, empresas e cidadãos.
'Não estamos apenas aquecendo o planeta — estamos comprometendo o futuro da humanidade', conclui o documento.