EUA

Nevasca enfraquece, mas aeroportos seguem lotados, e americanos, sem energia

Companhia aérea teve 11 mil voos cancelados desde quinta; governo diz que não é possível mais atrelar caos aéreo ao fenômeno

Folhapress

Publicado em 29/12/2022 às 10:39

Atualizado em 29/12/2022 às 10:40

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Moradores das cidades mais afetadas pela nevasca agora tentam achar os responsáveis pelos desastres dos últimos dias / Reprodução

Enquanto a nevasca que matou ao menos 60 pessoas nos Estados Unidos perde força, os americanos sofrem agora com as consequências do fenômeno climático. Nos aeroportos, por exemplo, milhares de passageiros acompanham desesperadamente cancelamentos e adiamentos de voos, em especial da Southwest Airlines, uma das maiores do país. 

O problema começou ainda na semana passada, justamente devido à forte tempestade de inverno. Na ocasião, várias companhias tiveram que cancelar seus voos por motivos de segurança. Agora, porém, enquanto o setor aéreo do país vem voltando ao normal, a Southwest segue com grande parte de sua frota paralisada. 

Só nesta quarta-feira (28), a empresa cancelou mais de 2.500 voos, cerca de 62% dos planejados para o dia, de acordo com o FlightAware, um serviço de rastreamento de voos. Outros 2.300 marcados para quinta (29) também foram cancelados. Segundo a companhia, ainda pode levar dias para que o serviço seja completamente retomado. 

"Não estou brava com eles", disse ao New York Times Tearsa Aisani Parham, em uma fila no Aeroporto Internacional de Atlanta. "Estou brava com a maneira como eles fizeram isso."

Na sexta (23), cerca de 1.300 voos da Southwest -cerca de 34% de seus voos programados para o dia- foram cancelados. Na ocasião, outras companhias aéreas americanas também tiveram dificuldades e cancelaram cerca de 22,5% de seus voos. 

Mas, à medida que outras empresas resolveram o imbróglio -13,3% dos voos fora da Southwest foram cancelados no sábado, 9,7% no domingo e 5,7% na segunda- os problemas pioraram na Southwest. A empresa cancelou 39% de seus voos no sábado, 46% no domingo e 74% na segunda. No total, quase 11 mil voos da Southwest foram cancelados desde quinta-feira, de acordo com a FlightAware. 

Até por isso, o secretário de Transportes dos EUA, Pete Buttigieg, disse nesta quarta que as interrupções no cronograma de voos da Southwest não eram mais um problema causado pelo clima. Segundo ele, o episódio mostra uma "falha no sistema da empresa". 

"Já passamos do ponto em que eles poderiam dizer que é um problema causado pelo clima", disse Buttigieg em entrevista publicada pela ABC News. "Eles precisam garantir que esses passageiros retidos cheguem aonde precisam ir e que recebam uma compensação adequada, não apenas pelos voos em si, mas também por hospedagem, transporte e refeição", acrescentou. 

Um dia antes, o executivo-chefe da Southwest, Bob Jordan, pediu desculpas aos clientes em um vídeo e confirmou que os problemas não devem ser resolvidos rapidamente. "Estamos otimistas de voltar aos trilhos antes da próxima semana", afirmou. 

Segundo o New York Times, a origem do problema está no modelo de aviação da empresa. Segundo o jornal, a Southwest é a única companhia do país a adotar o sistema "ponto-a-ponto", no qual os aviões tendem a voar de um destino a outro sem retornar a um ou dois hubs principais. Assim, a agilidade da frota é prejudicada caso algum fenômeno climático obrigue o cancelamento ou o atraso de voos. 

AMERICANOS PROCURAM CULPADOS PELAS MORTES 

Moradores das cidades mais afetadas pela nevasca agora tentam achar os responsáveis pelos desastres dos últimos dias. Segundo o Washington Post, a população do estado de Nova York se questiona sobre a demora do governo local em proibir que as pessoas saíssem de casa em meio à tempestade -um porta-voz da cidade de Buffalo disse que mais da metade das mortes ocorreu do lado de fora das residências. 

O condado de Erie, por exemplo, emitiu uma proibição de viagem pouco antes das 9h de sexta, dando aos motoristas apenas 41 minutos de alerta. Nessa hora, segundo o jornal, várias pessoas já estavam no trânsito em direção ao trabalho. Ao menos 28 pessoas morreram no condado. 

Em outra frente, aponta a reportagem, autoridades locais teriam minimizado a força da nevasca e presumido que já estavam prontas para esse tipo de situação. Erro de cálculo; ainda mais para um estado com uma equipe de emergência 10% menor do que no mês passado -problema causado por baixos salários e esgotamento. Em áreas rurais, muitos socorristas atualmente são voluntários. 

Além disso, a população de Buffalo também reclama da falta de vagas em abrigos. Muitos dos residentes da cidade vivem em prédios precários, e a falta de energia já os deixa sem comida, aquecimento e água corrente desde sexta.

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