O método de extração consiste em veículos que percorrem o fundo do mar / Pexels/Jeremy Bishop
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A possibilidade de extrair minerais valiosos das profundezas do oceano reacende um debate global que coloca em lados opostos interesses econômicos e preocupações ambientais.
A defesa feita recentemente pelo governo dos Estados Unidos para liberar licenças a empresas de mineração em alto-mar trouxe novamente à tona a questão: até onde o planeta pode ir em busca de recursos sem comprometer a vida marinha?
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De um lado, há a pressão de atender à demanda crescente por metais essenciais à produção de veículos elétricos e equipamentos tecnológicos, cada vez mais disputados no mercado mundial.
De outro, pesquisadores destacam que os impactos ambientais da atividade podem ser devastadores e impossíveis de reverter.
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A tecnologia já permite a exploração de grandes profundidades. Na região conhecida como Zona Clarion-Clipperton, localizada a cerca de 1.770 quilômetros da costa de San Diego, nos Estados Unidos, encontram-se grandes reservas de níquel e cobre.
Esses minerais são apontados como peças-chave para a manutenção das cadeias de suprimento globais nas próximas décadas.
O método de extração consiste em veículos que percorrem o fundo do mar com tubos de até quatro quilômetros de extensão, capazes de sugar toneladas de sedimentos por hora e separar os metais de impurezas.
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Defensores da prática alegam que os danos seriam menores do que os causados por barragens e mineração terrestre.
Entretanto, especialistas ambientais alertam que ainda não há como calcular os prejuízos da mineração oceânica.
Pesquisas já indicam riscos sérios para diversas espécies, desde animais que podem ser esmagados ou soterrados pelos sedimentos até organismos como águas-vivas, que também seriam diretamente afetados.
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A maior preocupação é a possibilidade de eliminar comunidades marinhas inteiras em um processo sem chance de recuperação.
Em 2024, 32 países se manifestaram contra a atividade, entre eles Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, México e Suécia.
A maioria defende uma pausa preventiva até que os impactos sejam plenamente compreendidos, enquanto nações como a França decidiram vetar completamente a prática.
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Ainda assim, a movimentação de países favoráveis, como os Estados Unidos, pode estimular novas liberações ao redor do mundo e intensificar a corrida por recursos submarinos.