25 de Abril de 2024 • 16:52
Aos 57 anos, Díaz-Canel é parte de uma geração que nasceu depois da revolução / Omara García / Cubadebate
A Assembleia Nacional de Cuba confirmou nesta quinta-feira (19) Miguel Díaz-Canel como o sucessor de Raúl Castro no comando da ilha.
Ele recebeu 603 dos 604 votos possíveis na sessão que começou às 9h locais (10h de Brasília).
Atual primeiro vice-presidente, Díaz-Canel foi indicado na quarta (18) para ocupar o cargo de presidente do Conselho de Estado, cargo que representa o chefe de Estado e de governo de Cuba. Ele será a primeira pessoa de fora da família Castro a comandar o país em quase 60 anos.
Com isso, ele se tornará oficialmente o líder da ditadura cubana, embora na prática Raúl deva manter o poder, já que se continuará no comando do Partido Comunista Cubano (até 2021) e das Forças Armadas -postos que de fato ditam a política na ilha. A expectativa, portanto, é que Díaz-Canel siga sob o comando do general.
A Assembleia também definiu os outros nomes que farão parte do Conselho de Estado entre eles o do novo primeiro vice-presidente, Salvador Valdés, e o dos outros cinco vice-presidentes: Ramiro Valdés, Roberto Tomás Morales, Gladys María Bejerano, Inés María Chapman e Beatriz Jhonson. Todos, incluindo Diáz-Canel, terão um mandato de cinco anos.
Aos 57 anos, Díaz-Canel é parte de uma geração que nasceu depois da revolução. Na nova composição da Assembleia Nacional, 87,6% também não tinham nascido quando o poder foi tomado a partir de Sierra Maestra.
É engenheiro eletrônico de formação, mas, assim que se formou, aos 22 anos, ingressou nas Forças Armadas Revolucionárias. Serviu por três anos e voltou para a universidade, onde além de lecionar, ingressou na UJC (União de Jovens Comunistas) local. Pela UJC, foi para a Nicarágua, em 1987, durante a Revolução Sandinista. Nunca exerceu a engenharia.
Quando regressou, dois anos depois, já se tornaria o dirigente da União de Jovens Comunistas de Santa Clara. Do comitê jovem, seguiu sua trajetória para o Partido Comunista, que o levaria a Havana em 2009, já como ministro da Educação Superior.
Ao seu perfil discreto se credita, em grande parte, sua ascensão dentro do regime.
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