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O movimento, liderado pelo novo CEO Philipp Navratil, faz parte de uma estratégia para recuperar eficiência e impulsionar o crescimento após um período de instabilidade na alta gestão
Segundo comunicado oficial, cerca de 12 mil cortes serão em cargos administrativos e de escritório, enquanto outros 4 mil afetarão áreas de produção e cadeia logística / Divulgação
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A Nestlé, maior empresa de alimentos e bebidas do mundo, anunciou nesta quinta-feira (15) um plano global de reestruturação que prevê a demissão de cerca de 16 mil funcionários nos próximos dois anos, o equivalente a 5,8% da força de trabalho mundial. O movimento, liderado pelo novo CEO Philipp Navratil, faz parte de uma estratégia para recuperar eficiência e impulsionar o crescimento após um período de instabilidade na alta gestão.
Segundo comunicado oficial, cerca de 12 mil cortes serão em cargos administrativos e de escritório, enquanto outros 4 mil afetarão áreas de produção e cadeia logística. O plano também inclui uma revisão profunda do portfólio global, com possíveis desinvestimentos em segmentos de água, nutrição e outras áreas de baixa rentabilidade.
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Navratil anunciou ainda um aumento na meta de economia de custos, que passou de 2,5 bilhões para 3 bilhões de francos suíços até 2027. A estratégia busca otimizar operações e reposicionar a Nestlé diante de um cenário global mais competitivo.
'O mundo está mudando — e a Nestlé precisa mudar mais rápido', afirmou o novo CEO, destacando que a transformação não será apenas baseada em cortes, mas também em reposicionamento estratégico e inovação.
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O mercado reagiu positivamente à notícia: as ações da companhia subiram entre 7,5% e 8% após o anúncio, refletindo a expectativa de que a reestruturação possa reverter anos de estagnação operacional.
A decisão ocorre após um período de forte turbulência administrativa. O ex-CEO Laurent Freixe foi demitido recentemente após a revelação de um relacionamento com uma subordinada, fato que também precipitou a saída antecipada do presidente do conselho, Paul Bulcke, substituído por Pablo Isla.
Apesar dos escândalos, a Nestlé registrou crescimento orgânico de 3,3% nos primeiros nove meses de 2025, embora o faturamento bruto tenha caído 1,9%, atribuído a efeitos cambiais. O volume de vendas, porém, voltou a crescer 1,5% no terceiro trimestre, interrompendo dois trimestres de retração.
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Fundação: 1905, a partir da fusão entre a Anglo-Swiss Condensed Milk Company e a empresa de Henri Nestlé, criador da Farinha Láctea.
Sede: Vevey, Suíça.
Presença global: opera em 191 países.
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Colaboradores: aproximadamente 328 mil.
Negócios no Brasil: a Nestlé vendeu sua divisão de águas em 2018 ao Grupo Edson Queiroz, que passou a administrar marcas como Pureza Vital, Perrier, San Pellegrino e Acqua Panna.
A nova gestão de Navratil tenta equilibrar ajustes estruturais e retomada de crescimento sustentável, em meio a desafios de inflação global, concorrência e mudanças de consumo. Analistas apontam que a Nestlé precisará equilibrar eficiência com inovação, evitando que os cortes afetem áreas estratégicas e sua imagem pública.
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Com a reestruturação em andamento, a companhia aposta em um reposicionamento mais ágil, digital e lucrativo — um esforço que definirá o rumo da gigante suíça até o fim da década.